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OLÁ,

COMER & BEBER 2016/2017: chope e cerveja

Confira os melhores endereços da cidade para tomar chope e cerveja

Por Fábio Galib e Saulo Yassuda
Atualizado em 20 jan 2022, 09h50 - Publicado em 21 out 2016, 23h00
Ambar
Ambar (Ricardo DAngelo/)
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A edição especial VEJA COMER & BEBER São Paulo reúne 200 bares. Abaixo, uma boa seleção de choperias e cervejarias:

Aconchego Carioca: a casa de Kátia Barbosa, fundada no Rio, fez tanto sucesso que ganhou esta sucursal paulistana. Boa de bolinho, a cozinheira sugere ótimas pedidas como o de cassoulet (massa de feijão-branco e recheio de carne de porco defumada; R$ 26,00 a porção). Fora da ala das frituras, porém, algumas pedidas decepcionam. É o caso do caldo de camarão (R$ 18,00), espesso e, em geral, insosso. Sócio da filial, o especialista em cerveja Edu Passarelli compôs a carta de rótulos. Dos 200 de antes, agora a lista contempla cerca de oitenta — a maioria dos títulos internacionais foi extirpada por conta do aumento do dólar. Ele treinou bem a equipe, que sabe explicar as características da Amazon Taperebá, de Belém (PA), uma witbier de perfume frutado (R$ 18,00, 355 mililitros).

Aé Sagarana: é um bar dedicado aos prazeres do chope e pertence a Paulo Leite, proprietário do Empório Sagarana. Rústico, o espaço recebe o visitante em mesas de tronco de árvore e bancos montados em baldes. Enfeitadas com chifres de boi e bode, as bocas de chope expedem 23 opções. Cerca de 80% são nacionais, mas a depender da sorte descem para o copo pedidas importadas como o belga Tripel Karmeliet (R$ 29,00, 400 mililitros), com 8,4% de álcool. Ajudam a alegrar ainda mais a população local a carta com trinta tipos de cachaça e a coxinha bem cremosa de porco (R$ 29,00 o trio), servida ao lado de geleia de abacaxi e pimenta.

Ambar: Escondido do visitante, um espaço a 1 grau negativo conserva os barris. Pelas  mangueiras ligadas a eles passam os chopes até as quinze torneiras, desmontadas duas vezes por mês para a higienização. Uma mistura de gases turbinada com nitrogênio ajuda na extração de algumas das bebidas, deixando-as mais cremosas. É desses bastidores que provém um chope de qualidade — não importa o tipo. A postos, os donos do bar, Fabio Comolatti e Julia Fraga, desdobram-se para mudar sempre as opções da lousa e equilibrar novidades com queridinhos do público. O casal elaborou até uma planilha com o que entra e sai. “Mas, na correria, anotamos em todo lugar: no celular, em papelzinho na bolsa…”, diverte-se a proprietária.

Amigo Leal: 1967. Esse foi o ano de fundação deste clássico bar, que felizmente resiste sob o concreto do Minhocão. Só pelos canapés frios, como o rococó (copa e gorgonzola sobre fatias de pão; R$ 25,00), a ida já vale a pena. Salgadinho, o acepipe pede chope Brahma (claro, R$ 8,00; escuro, R$ 9,80), cremoso na medida. Para animar ainda mais a noitada, steinhäger gelado (R$ 11,00, nacional). Caso a fome aperte, peça o bolinho de carne (R$ 8,00), melhor que o de joelho de porco, chucrute e requeijão (R$ 8,00).

Balcão: cheio de meandros, o balcão de 25 metros de comprimento toma todo o térreo. As cinquenta banquetas são ocupadas por casais e pequenos grupos. Nem sempre no ponto, o chope da cervejaria paulista Oak Bier custa R$ 6,50. Como alternativas, há o correto bloody mary (R$ 21,00) e garrafas de vinho. Uma página inteira do cardápio lista versões de hambúrguer. O sírio (R$ 25,00) traz um bifão de carne moída úmido e ao ponto no pão sírio crocante com queijo prato, tomate verde, alface fresquinha e batata palha.

Balcão 304: não espere grandes confortos neste bar dedicado às cervejas especiais. Escondido em uma área residencial perto da Praça da Árvore, dispensa o serviço de garçons. Para pedir um petisco, como os gostosos bolinhos de risoto recheados de brie (R$ 25,00, sete unidades), é preciso dirigir-se ao balcão. As garrafas que matam a sede da clientela ficam expostas em uma estante. São perto de 100 rótulos, entre os quais preciosidades de 330 mililitros como a dinamarquesa To Øl Amazaison (R$ 30,00) e a escocesa Tennent’s (R$ 20,00) — esta, com leve aroma de uísque.

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Bar do Juarez: é uma das redes de bares mais populares da cidade. Por semana, passam cerca de 45 000 pessoas pelos quatro salões com jeito de botequim das antigas. Composto de gente acima dos 30 anos, o público beberica copos e mais copos de chope (Brahma, R$ 7,70), repostos a todo momento pelos espertos garçons. A porção de carne-seca salpicada de farinha mais mandioca frita é boa pedida para petiscar (R$ 49,90), ainda que parte do pessoal peça outra sugestão, a picanha grelhada nas próprias mesas (R$ 99,00) — a fumaça é percebida de longe.

Bar do Magrão: figura popular no Ipiranga, Luiz Antonio Sampaio, o Magrão, mantém este ponto devotado às cervejas especiais. É pena que muitas delas andem em falta, sobretudo as holandesas, austríacas e escocesas. Belgas são escolhas mais garantidas, como a potente Maredsous 10 Tripel (R$ 32,00, 330 mililitros) e a St Martin Blonde (R$ 32,00, 330 mililitros), mais suave. A berinjela curtida no azeite e alho com pão (R$ 21,00 a porção) é das boas e não tem pegada cantineira por acaso. Magrão é também o dono do restaurante italiano no imóvel vizinho.

Bar do Nico: bolinho de carne servido em trio (R$ 33,00 a porção), um ótimo canapé de linguiça blumenau (R$ 33,00), chope Brahma (R$ 8,00) tirado com esmero. Os comes e bebes não deixam dúvida de que este é um filhote do Bar Léo. Mas não fica só nisso. O bar do Ipiranga tem sua identidade, em especial na ambientação: ocupa um casarão arejado, decorado com fotos e reportagens do delegado Osvaldo “Nico” Gonçalves, que fundou o lugar junto de um ex-gerente do tradicional endereço do centro, hoje fora do negócio.

Bar Higienópolis: luz suave, paredes de cores terrosas e espelhos dão o tom neste bar orgulhosamente paulistano — “nascido e criado no bairro”, como afirma o texto impresso no cardápio. O endereço é frequentado sobretudo por casais e turmas de cabelos brancos, que têm à disposição uma brigada atenciosa. Esta leva às mesas, algumas delas na calçada, o bolinho de arroz com chutney de frutas (R$ 24,00, nove unidades). O chope Eisenbahn Pale Ale é vendido por R$ 12,00 e eventualmente vem junto de uma porção de amendoim de cortesia.

Bar Léo: o que falar de um bar que segue na mesma toada desde 1940? Gente de toda a cidade continua a se apinhar no folclórico salão de decoração da Baviera em busca do chope Brahma (R$ 8,50) e dos petiscos benfeitos. O bolinho de carne (R$ 29,00, três unidades) faz jus à fama e vem bem temperado. Outra pedida que costuma agradar é o bolinho de bacalhau (R$ 8,50). Mas é bom ficar esperto: o primeiro sai de segunda a sexta e o segundo, só às quartas e aos sábados. Pratos também têm dia certo para aparecer, como a rabada com agrião e polenta (R$ 39,00) das terças.

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Bottled Dog: destino certeiro para uma happy hour regada a cervejas especiais — os engravatados habitués que o digam. Não há carta. Os 350 rótulos ficam expostos em geladeiras, e funcionários são incumbidos de dizer os preços e demais informações, ainda que se mostrem ocupados com outras tarefas. Pedida dinamarquesa, a Ugly Duck Miami Vice Pale Ale (R$ 38,90, 330 mililitros) tem coloração dourada. Para petiscar, vá de fish and chips (R$ 59,90).

BrewDog Bar: é um dos muitos bares da BrewDog espalhados pelo mundo. Fica em frente ao Instituto Tomie Othake e ocupa um espaço de jeitão hipster: concreto por todo lado, neons, lampadinhas… Algo mudou por lá. A casa acabou cedendo e botou funcionários para atenderem mesas — antes, os pedidos eram feitos no balcão. A oferta já foi mais surpreendente, mas ainda dá para encontrar pedidas como o gaúcho Barco Thai Weiss (R$ 18,00), bem fresco. Montado em brioche macia, o sanduba chicken mayo (R$ 22,00) traz um filezão de frango empanado, bem crocante, junto de alface, tomate e molho aïoli.

Capitão Barley: derivado de uma pequena loja de cervejas da região da Pompeia, tem área ao ar livre nos fundos e uma varanda que margeia a calçada. Virou point de apreciadores de lúpulo por aquelas bandas: as torneiras de chope, dez no total, privilegiam produtores nacionais e mudam de acordo com a oferta, podendo incluir opções como a saison de caju da porto-alegrense Tupiniquim (R$ 18,00; 300 mililitros). Às segundas e às terças, a cozinha expede sanduíche de pastrami com queijo gouda e pepino em conserva na ciabatta (R$ 28,00). Nos outros dias, são feitos arranjos com parceiros para oferecer porções e massas, diferentes a cada dia. Para evitar surpresas, vale conferir a programação no site do bar.

Cateto: o interessante bar de cervejas especiais nasceu na Mooca e ganhou uma filial em Pinheiros. De trigo, o rótulo Invicta Iniciação (R$ 25,00, 500 mililitros) agrada ao público, assim como a tábua de quatro queijos nacionais (R$ 50,00).

Cervejaria Ideal: um alemão da cidade de Neuwied, no oeste do país, deu de abrir uma choperia em Perdizes que não prioriza as boas pedidas germânicas, mas, sim, as opções brasileiras. Este é Steffen Ohnemüller, sócio do casarão, que tem uma agradável varanda e doze torneiras de chope. Só é fixa a versão com o nome do bar, produzida pela Mea Culpa no estilo blond ale (R$ 10,00, 300 mililitros). Se estiver a fim de provar um pouco de tudo, peça a degustação de cinco copinhos (R$ 25,00). O chili de carne coberto de mussarela engana a fome (R$ 32,00), mas é levado à mesa por garçons muito desatentos, o que fez a casa perder uma estrela na avaliação.

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Cervejaria Nacional: antes da mania do chope artesanal na cidade, a Cervejaria Nacional já preparava a própria bebida. Desde 2011, os chopes são produzidos na fábrica que divide o endereço com o bar. Em dois pisos, o público toma o levinho weiss (R$ 13,50, 330 mililitros) e o mais encorpado brown ale (R$ 14,50, 330 mililitros), entre outras pedidas fixas. O líquido não vem estupidamente gelado, mas em temperatura agradável para que se sintam suas nuances. Não deixe escapar os títulos temporários. Do cardápio eclético de mastigáveis, dá para descolar uma pedida brasileirinha: queijo de coalho grelhado com um pouco de melado de cerveja (R$ 27,00).

C.O.D. – Craft  on Draft: Uri Benedykt é um cara que manja das coisas. De chope, ao menos. Forneceu a bebida, foi consultor de bares e participou da recente expansão de torneiras de cerveja pela capital. Com esse knowhow, abriu em junho este quase botequim em higienópolis, fora do circuito cervejístico Pinheiros/Perdizes. Em treze bicos, revezam-se opções nacionais e gringas. Quer dizer, dois deles são reservados para os líquidos da casa: o c.o.d pilsen (R$ 8,50, 300 mililitros) e o c.o.d IPA (R$ 15,20, 300 mililitros), mais baratos que muitos chopes “qualquer coisa” por aí.

Choperia São Paulo: Este é um daqueles estabelecimentos que entregam a proposta logo no nome. Situado em uma esquina da Rua dos Pinheiros, serve vinte chopes de pequenos produtores de origem (adivinhe só) paulista. Uma dessas cervejarias é a Júpiter, fundada por um dos sócios do bar, David Michelsohn. Por isso, embora a oferta local seja rotativa — regra quando se trata das novas choperias da capital —, é difícil faltar o Júpiter APA, em copo de 190, 290 ou 580 mililitros (R$ 12,00, 16,00 e R$ 27,00). É uma bebida de alta drinkability, algo como “bebibilidade”. Traduzindo: dá para tomar o dia todo sem dizer “chega”.

Delirium Café: Lá em Bruxelas, o Delirium Café é um bar com uma respeitosa seleção de chopes e cervejas. A unidade paulistana segue a mesma linha, ainda que não fique perto de um ponto turístico tão lindo quanto a Grand-Place. Dos 350 rótulos engarrafados, cuja lista o cliente deve consultar pelo próprio celular, boa parte é belga, como a Bacchus Frambozenbier (R$ 53,00, 375 mililitros), com framboesa na fórmula, e a clássica que batiza a casa, a Delirium Tremens (R$ 35,00, 300 mililitros).

Empório Alto dos Pinheiros: Um tufão chamado crise econômica e alta do dólar passou por São Paulo. O resultado se mostrou devastador: as prateleiras perderam um sem-número de rótulos de cerveja. No Empório Alto dos Pinheiros não foi diferente: há um ano tinha 750 opções, hoje exibe 660. “Os importadores deram uma segurada”, explica o sócio Paulo Almeida. Ainda assim, o lugar permanece com uma das maiores ofertas — nacionais e internacionais — da cidade, para onde o GPS dos cervejeiros continua a apontar. O visitante, ao chegar, diverte-se escolhendo sua garrafa direto das geladeiras. Se preferir, pode passar no caixa, botá-la na sacola e bebê-la em casa. Até o fim do ano, o endereço vai aumentar a quantidade de chopes de 34 para 44, conservados em uma câmara fria debaixo do balcão.

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Empório Sagarana: seu clima de boteco no meio do nada atrai um público sem frescura. Se o movimento dos dias de semana não é mais o mesmo, é possível pegar uma espera de meia horinha às sextas e aos sábados. Nenhum incômodo que uma das cinquenta cachacinhas da casa não ajude a aliviar. De Paraty, vem a Paratiana (R$ 18,00), que descansa em tonéis de amendoim. A lista de cerveja inclui a Touro Sentado (R$ 24,00, 330 mililitros), uma agradável IPA da cervejaria Dogma. Na linha de petiscos, a bruschetta de queijo de cabra e tomate sai a R$ 30,00. Na filial da Vila Madalena, a seleção de tira-gostos é reduzida.

A Estalagem: com velhos lustres e barris, o ambiente, com cara de que não é atualizado há um bom tempo, pode sugerir um lugar decadente. Mas, ao pedir um chope (Brahma, R$ 9,30), servido no ponto, geladinho e cremoso, percebe-se que as coisas ainda andam bem por lá. A casa só não segue modismos e tem um público fiel, a fim de uma boemia sem tanto agito. Para seguir na linha nostálgica, peça o frango a passarinho com alho (R$ 28,00).

Filial: foi o primeiro endereço (ainda em atividade) inaugurado pelos irmãos Altman na Vila Madalena. A cozinha segue até as 3h30 às sextas e aos sábados, o que fez com que a casa ganhasse status de bar de fim de noite. O salão, com jeito de boteco antigo, fecha mais tarde ainda. Os garçons, espertos, ficam de olho nas mesas e repõem rapidamente (até demais) o bem tirado chope Brahma (R$ 7,90). Há também cerca de cinquenta rótulos de cachaça. A linguiça toscana na chapa chega junto de farofinha e couve frita (R$ 34,50).

Frangó: Lá no alto da Freguesia do Ó, este bar de quase trinta anos foi um dos primeiros da cidade a se dedicar às cervejas especiais. Pesada e cheia de páginas, a carta traz 430 rótulos catalogados, como o alcoólico St. Feuillien Grand Cru (R$ 42,00, 330 mililitros), da Bélgica. Gelada da casa, a american pale ale produzida pela Colorado sai a R$ 22,00 (600 mililitros). O menu, célebre pela coxinha (R$ 5,00), ganhou um sopro de renovação com receitas do chef Marcelo Corrêa Bastos (Jiquitaia), entre elas o beirute de cupim (R$ 28,00).

Genésio: é um dos poucos endereços da Vila Madalena que ultrapassam a fronteira da 1 da madrugada, tal qual o bar-irmão Filial, do outro lado da rua. Com a atenção voltada para a cozinha, tenta agradar tanto o boêmio em busca de uma refeição completa quanto o público a fim de só um tira-gosto. Se esse for seu caso, experimente o caldinho de feijão-branco com linguiça calabresa (R$ 12,00). Do forno a lenha, vem o calzone de quatro queijos (R$ 43,00). Sempre bem tirado, o chope Brahma (R$ 7,90) ganhou no ano passado a companhia do Colorado (R$ 13,80 a versão de trigo). Antes eficiente, o serviço tem se mostrado desatento nas noites tranquilas, quando o burburinho dos funcionários parece mais animado que o da clientela.

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Genial: a casa pertence aos mesmos donos dos bares Filial e Genésio. O velho cardápio, aquela pastinha cheia de páginas, foi transformado em uma peça menor, dobrável e de diagramação moderna. Na prática, permanece com boas pedidas das antigas, como o caldo de feijão na caneca acompanhado de torresmo (R$ 12,00). Os croquetes de camarão têm boa quantidade de crustáceos no interior (R$ 32,00, meia dúzia). A bebida de regra continua a ser o chope Brahma (R$ 7,90 o claro e R$ 9,80 o escuro). Só fuja de coquetéis clássicos como o negroni (R$ 29,00), que costuma vir com excesso de Campari.

Genuíno: é um dos redutos tradicionais da Joaquim Távora, a rua mais fervilhante da Vila Mariana. Vê-se todo tipo de gente por lá: casais, cinquentões, o povo da pós-graduação da vizinha ESPM, rapazes falando o tempo todo sobre investimentos… Um ponto em comum? Quase todo mundo toma o chope bem tirado (Brahma, R$ 8,20). Os fãs de uísque têm a opção de entrar para o clube da bebida, ou seja, comprar uma garrafa e deixá-la guardada lá mesmo, para continuar a bebê-la na próxima visita. Na hora de petiscar, a porção de minipães recheados de queijo mussarela e linguiça vem na companhia de um ótimo vinagrete (R$ 29,50).

Jordão: é um lugar arrumadinho, que agrada a famílias, casais e marmanjos a fim de um chope Brahma (R$ 8,40 a caldeireta) para acompanhar as partidas de futebol na TV. Isso se deve aos espaços múltiplos e, em parte, ao cardápio, que congrega um pouco de tudo. A maioria não foge de pedidas óbvias, como a picanha fatiada (R$ 84,70). Mas há deliciosas alternativas, entre elas a frigideira de polvo com azeite, alecrim e cubos dourados de batata (R$ 66,90). A caipirosca pode vir com um picolé mergulhado — a de vodca Cirôc com fruta custa R$ 36,90.

Karavelle: como um bom brewpub, o bar exibe na matriz, no Jardim Paulista, os tanques usados na produção de cerveja. Parte dos fermentados, contudo, vem de uma fábrica em Indaiatuba (SP), a fim de suprir a demanda. Das seis variedades na pressão, a keller faz a linha das levinhas, enquanto a barba negra é uma stout típica, bem escura. Qualquer uma delas sai em copo de 300 ou 500 mililitros (R$ 13,90 e R$ 22,50, respectivamente). Mas nem só de goles vive o salão de luz baixa, música alta e um quê de baladinha. A cozinha expede gostosas pedidas, como o trio de petiscos composto de dadinho de tapioca, coxinha de ossobuco e croquete (R$ 33,90).

Les 3 Brasseurs: o nome não deixa dúvida: trata-se de uma cervejaria de matriz francesa. Enormes tanques de maturação ficam à vista e produzem diferentes estilos de chope, todos levinhos. São pedidas certeiras o blond (R$ 10,00, 300 mililitros), bem claro, e o ambré, de tom acobreado e sabor um pouco mais intenso (R$ 12,00, 300 mililitros). Para experimentar um pouco de cada, a paleta de degustação traz quatro versões em copinhos de 180 mililitros (R$ 27,00). O poutine (R$ 32,00) é um petardo calórico de origem canadense e consiste em fritas com bacon, cheddar, molho barbecue e cebolas também fritas, tudo junto e misturado.

Mercearia São Roque: instalada desde 1990 numa esquina do comecinho da Rua Amauri, quase escondida, a Mercearia São Roque é daqueles endereços que não saem de moda. Suas mesas sempre estão apinhadas de um público maduro e bem de vida, a fim de botar a conversa em dia e bebericar um chope Heineken nos conformes (R$ 9,50) ou então a caipirinha do merça — uma acertada combinação de limão-siciliano, lichia e gengibre (R$ 18,80). A coxinha sai no capricho, com massa bem cremosa (R$ 38,60, seis unidades). Da cozinha beeeem variada sai até um ceviche (R$ 49,10) suavemente temperado e acompanhado de chips de banana-da-terra.

Noname Boteco: a aparência desleixada, com paredes pichadas, faz parte da identidade do bar. Tocado pelos primos sul-coreanos Ryan e Jae Kim, também donos da hamburgueria Butcher’s Market, o lugar é frequentado por uma galera que muitas vezes prefere a calçada ao salão na hora de beber. O acervo etílico se apoia em drinques tradicionais feitos no capricho, como apple martíni (R$ 27,00), negroni (R$ 27,00) ou mesmo um prosaico rabo de galo (R$ 25,00), mas há também o leve chope Amstel (R$ 9,00). Quando a fome bate, recorre-se ao escondidinho de carne-seca com mandioquinha (R$ 29,00).

Original: um dos grupos gastronômicos mais importantes do país, a Cia. Tradicional de Comércio abriu o primeiro negócio há exatos vinte anos em Moema. Nascia o Original, um bar que homenageia diversos endereços boêmios da capital e foi muito copiado por aí. É famoso pelo ótimo chopinho Brahma (R$ 7,90), tirado com os regulamentares três dedos de colarinho cremoso. Na hora de comer, peça o sanduba de pernil desfiado no pão macio de mandioquinha com cebola, pimentão, queijo provolone e um ovo de gema mole (R$ 32,00). Uma saladinha de repolho e um montão de batatas chips são os acompanhamentos.

Pé de Manga: boa parte das mesas fica em um bonito jardim, sob três frondosas mangueiras, o que faz deste um lugar para bebericar sem pressa. A maioria vai de caipirinhas como a do mesquita (R$ 34,00), que combina vodca, tangerina e manjericão no copo alto. Quem não dispensa um fermentado tem à disposição chope Brahma (R$ 8,30). Os comes nem sempre agradam, mas há pedidas certeiras, como o bolinho de picanha acompanhado de vinagrete (37,00, dez unidades) e uma trivial bruschetta de tomate, parmesão e manjericão (R$ 26,00).

Peixaria Bar e Venda: é um concorrido bar de espírito praiano, decorado com penduricalhos como cestos, latas de conserva e até produtos de mercearia. Para acompanhar a cerveja em garrafas de 600 mililitros, agora só das marcas Heineken (R$ 11,50) e Amstel (R$ 9,80), peça o trio de aperitivos frios (R$ 58,00), que pode incluir o macio polvo ao vinagrete, o ceviche de robalo com um toque de gengibre e as sardinhas marinadas enroladas. Boas caipirinhas complementam a bebericagem.

Pirajá: o bar de jeitão carioca ganhou a terceira unidade na cidade em julho, a poucos metros da Avenida Paulista. Assim como nos demais endereços, o visitante encontra um ambiente desencanado e propício para bebericar uma caipirinha. Continua uma delícia a de dois limões (o taiti e o siciliano), mais rapadura (R$ 22,00). Novo petisco, o bolinho de mandioquinha guarda um saboroso recheio de carne de sol, pimenta-­cambuci e catupiry (R$ 28,00 a porção). Está prometida a abertura de uma loja no Shopping Eldorado até novembro.

Posto 6: dos endereços que ainda permanecem em funcionamento, este foi um dos primeiros bares a pipocar na Rua Aspicuelta, hoje a via mais badalada da Vila Madalena. Quase quinze anos depois da abertura, o bar passou por uma reforma. Ganhou um palquinho para pequenos shows e DJs e ficou mais arejado e espaçoso. O público variado vai de chope pilsen Baden Baden (R$ 10,90) para tabelar com os petiscos. Gigante, a chapa do mar (salmão, peixe branco, camarão, lula, polvo e legumes; R$ 126,00) dá para, no mínimo, três pessoas.

Salve Jorge: em meio aos incontáveis cacarecos da decoração, não faltam referências ao santo que empresta o nome ao bar. Ele está em todos os cantos, na forma de estátuas, quadros e placas. Outros “Jorges” também estão representados, como o Aragão e o Ben Jor, seja em discos, seja em caricaturas. Do enorme cardápio, o que salta aos olhos são as variações de galeto: no recheio da coxinha (R$ 36,80, dez unidades), em iscas e empanado com flocos de milho (R$ 44,80) ou, a melhor delas, grelhado e servido com polenta (R$ 47,80). De chope são três possibilidades: Brahma Black (R$ 11,80), Baden Baden (R$ 10,90) e Devassa (R$ 7,50).

São Paulo Tap House: conhecida pela sigla SPTH, a casa é tocada por um ex-funcionário do Empório Alto dos Pinheiros, Marcelo Vodovoz. Tem respeitáveis quarenta torneiras de chopes nacionais — os nomes ficam expostos em um painel eletrônico e em listas nos tablets. Dependendo da semana, aparecem opções como a IPA Schornstein (R$ 18,00, 330 mililitros) e a pilsen Quinta do Malte (R$ 7,00, 150 mililitros). A cozinha, cheia de altos e baixos, expede uma satisfatória porção de pastéis de queijo da Serra da Canastra (R$ 26,00).

São Tomé: sem “pirotecnias” modernosas no ambiente ou no cardápio, o bar aberto em fevereiro atrai a vizinhança do Campo Belo, sobretudo pessoas acima de 40 anos. Portas altas e envidraçadas permitem que a rua seja observada enquanto se beberica um chope (Heineken, R$ 8,20) em uma das mesinhas. Caipirinhas também merecem ser pedidas, como a criativa guardião (cachaça Espírito de Minas, maçã verde e cravo-da-índia; R$ 24,50). Da lista de petiscos, faz sucesso a linguiça de picanha bovina grelhada (R$ 49,90).

75 Beer: figura na minguada lista de bares de cervejas especiais do Morumbi. Aberto como uma hamburgueria, o endereço corrigiu a rota e hoje agrada pela variedade de cervejas (220 rótulos) e de chopes (oito tipos), estes sempre em rotação. Podem aparecer o Coruja Extra Viva (R$ 18,90) e o Schornstein (pilsen, R$ 15,00). Há um inusitado rodízio de chope, em que se bebe à vontade até 22h de terça a sexta e até 19h no sábado (R$ 64,90, mulher; R$ 74,90, homem). Um bom lugar para bebericar é o deque.

Tiro Liro: Toninho Bastos honra o sobrenome em seu boteco à moda antiga. Ele é filho de Dona Felicidade, cujo endereço homônimo, na vizinha Vila Romana, é conhecido pelos predicados da cozinha. São deliciosos os bolinhos de bacalhau (R$ 32,00, seis unidades) e as almôndegas de carne moída (R$ 26,00, meia dúzia), servidas com mostardas amarela e escura. Recomenda-se também sempre dar uma conferida no balcão de acepipes (R$ 85,00 o quilo), no qual repousam marinadas, azeitonas, patês e queijos. Dos bons, o chope: Brahma (R$ 7,80).

Zur Alten Mühle:  é o melhor bar germânico da cidade. Os móveis de madeira escura, os eficientes funcionários de muitos anos e a presença constante do sócio Werner Heying contam pontos. O chope da Brahma (R$ 7,70), muito bem tirado, ganhou novas companhias: o Stella Artois (R$ 9,10), o Colorado Appia (R$ 11,00) e o Weihenstephaner, de trigo (R$ 29,00). Para petiscar, peça os bem montados canapés de linguiça blumenau no pão preto (R$ 27,80) e o bolinho de carne e linguiça com recheio de queijos (R$ 25,80, seis unidades).

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