No meio do agito da Vila Madalena, bar fica “camuflado” atrás de porta
Pouca gente percebe que, depois da fachada discreta, se situa um bom endereço de coquetelaria, o The Door Hideout. Leia a crítica

No pequeno salão à meia-luz, que atrai sobretudo duplas, o som calcado no jazz, no blues e no soul vez ou outra é interrompido pela campainha. É um novo visitante que chega ao The Door Hideout, após enfrentar um pequeno caos que se forma na frente dos bares vizinhos.
As reservas são solicitadas, mas não obrigatórias. E pouca gente percebe que, atrás daquela discreta porta sem placa, se situa desde novembro passado um bom bar de coquetelaria.

A carta explicadinha (tem glossário e tudo) foi composta por Sylas Rocha, bartender que toca esse representante paulistano do grupo dono do Hideout Speakeasy e do Hideout Fizz, em Santos.
Não há um balcão para se sentar em volta, mas uma bancada retangular onde os bartenders finalizam os drinques antes de levá-los às mesas — a maioria das misturas é preparada previamente em uma espécie de laboratório improvisado, onde são utilizados equipamentos que são o orgulho da casa, sobretudo um destilador chamado de rotavapor.
As pedidas mais alcoólicas foram as que se saíram melhor, caso do torta do sevilha (R$ 48,00), que presta homenagem a uma tradicional torta de banana santista. Ao estilo de um old fashioned, é uma mescla de bourbon com manteiga e banana, toque de jerez fino e bitters aromáticos, servido com uma cereja em xarope de groselha e uma telha de especiarias.

No outro extremo sensorial, o abrindo portas (R$ 48,00) une rum ao hortelã, licor de damasco, cordial da planta vetiver e espumante brut, num resultado sutil no paladar.
Se você curte dar uma de bartender, o dry martíni (R$ 45,00 ou R$ 55,00, a depender do gim) aparece em uma bandeja com os complementos à parte: casquinha de limão, azeitona e seis conta-gotas de tinturas feitas na casa, para pingar no coquetel, entre elas a de priprioca e a de pimenta-de- cheiro. É pura diversão.
Está na onda do “janeiro seco”? O boulevardier (mistura de bourbon, vermutes e Campari; R$ 45,00) tem o álcool extraído e surpreende pelo sabor, que remete ao original. Entre as goladas, convém provar um petisco do menu curtinho do chef consultor Dário Costa.
O canapé de mexilhão escabeche no pão de longa fermentação (R$ 40,00, cinco unidades), ainda que traga mais cebola caramelada que o necessário, forra bem o estômago.
Avaliação: BOM (✪✪✪)
The Door Hideout
Rua Fradique Coutinho, 1111, Vila Madalena, telefone 97600-3593. 19h/1h (sex. e sáb. até 3h; fecha dom. e seg.).
Publicado em VEJA São Paulo de 10 de janeiro de 2025, edição nº 2926.
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