Com uma réplica fiel do anexo secreto onde viveu a alemã Anne Frank e sua família, a Unibes Cultural estreia neste sábado (3) a exposição Anne Frank: Deixem-nos Ser. A partir do diário escrito pela jovem durante o Holocausto, a mostra retoma a sua história e a conecta com uma seleção de obras nacionais dedicadas a temas como diversidade e questões raciais.
Parte dos materiais foi fornecida pela Anne Frank House, museu de Amsterdã que preserva a casa habitada por ela e sua família.
“Talvez o objeto mais emocionante seja um pequeno texto e foto de Nanette Konig, holandesa que foi colega de classe de Anne Frank”, conta Carlos Reiss, curador-chefe e coordenador-geral do Museu do Holocausto de Curitiba.
Alguns dos ambientes emitem áudios com frases extraídas do diário que fazem referência aos espaços. “Foi um trabalho minucioso de reprodução do que existia dentro de cada um desses cômodos.”
Bicicleta, escova de cabelo, garrafas de café e roupas de cama fazem parte da composição — todos itens reconhecidos pelo museu holandês. “Teremos em destaque a estrela amarela original que Anne, por ser uma menina judia, foi obrigada a usar na roupa”, completa.
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Um dos objetivos dos curadores foi criar uma exposição adequada a todas as idades. “Anne Frank é nosso ponto de partida e a janela de empatia para trazer outras questões fundamentais”, explica Reiss.
Com essa premissa, escolheram dezoito obras originais de artistas como Leonilson, Flávio Cerqueira e Eustáquio Neves, todas emprestadas pelo Museu de Arte Moderna, pela Pinacoteca de São Paulo e por galerias de arte.
“A expectativa é a de receber em torno de 20 000 crianças com as excursões escolares, fora o público espontâneo”, estima Priscilla Parodi, fundadora e diretora da Inspirar-te, associação responsável pela atração. “É uma oportunidade para reforçar a importância dos direitos humanos desde a infância”, ressalta.
O percurso da mostra é dividido em três partes: contextualização histórica, vivência de Anne Frank e os dias atuais, ilustrados por criações como a escultura em bronze No Meu Céu Ainda Brilham Estrelas (2023), de Flávio Cerqueira, e uma fotografia da série Marcados (1981-1983), de Claudia Andujar, que dialoga com as perseguições da Segunda Guerra.
Rua Oscar Freire, 2500, Sumaré, 3065-4333. Acessível a cadeirantes. A partir de sáb. (3). Qua. a dom., 13h30/19h. R$ 15,00. Até 22/12. feverup.com
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Publicado em VEJA São Paulo de 2 de agosto de 2024, edição nº 2904