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Blog do Lorençato

Por Arnaldo Lorençato Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O editor-executivo Arnaldo Lorençato é crítico de restaurantes há mais de 30 anos. De 1992 para cá, fez mais de 16 000 avaliações. Também comanda o Cozinha do Lorençato, um programa de entrevistas e receitas. O jornalista é professor-doutor e leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie

O dia em que ganhei o MasterChef e detalhes da estreia do reality

Em novo dia, o mais comentado show de talentos gastronômicos da TV brasileira vai ao ar agora aos domingos, às 20h

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Atualizado em 20 jan 2022, 14h26 - Publicado em 24 mar 2019, 21h54
O gostinho de erguer o troféu: caixa com produtos para fazer um jantar (Alessandra Balles/Carlos Reinis-Band/Veja SP)
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O MasterChef Brasil chega à décima temporada com uma novidade e tanto. Tradicionalmente exibido todas as terças às 22h, o programa migra para os domingos às 20h. O que esperar da estreia hoje? Antes de contar alguns detalhes desta temporada, minha conversa será outra com você leitor. Descreverei como foi a coletiva de imprensa deste ano em que senti o gostinho da vitória no MasterChef.

Na última terça, 19 de março, 20 jornalistas foram convidados para visitar a cozinha-estúdio e participar de uma coletiva de imprensa na qual foi apresentada a nova diretora do programa, Marisa Mestiço (para conhecer melhor a nova comandante do MasterChef, leia o ótimo perfil escrito por Vinicius Tamamoto para a  revista Claudia). Claro, contou também com as presenças dos três jurados, Paola Carosella, Erick Jacquin e Henrique Fogaça, e da apresentadora, a querida Ana Paula Padrão. Os entrevistadores eram todos dedicados à cobertura de TV ou celebridades. O único especialista em gastronomia era este editor.

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Sabor da vitória: disputa com 18 outros jornalistas (Carlos Reinis-Band/Divulgação)

Além de perguntas, havia outra missão para a turma de escrevinhadores offline e digital. Em duplas, deveríamos preparar um prato que seria avaliado pelos três jurados. Logo eu, acostumado a criticar a comida de restaurantes, inclusive a das casas de Carosella (Arturito e La Guapa Empanadas), Jacquin (Le Bifee Fogaça (Sal Gastronomia e Cão Véio), seria alvo dos juradões. Eu não, mas a receita proposta como desafio.

Mais uma vez pude estar na cozinha-estúdio que conheço de outras temporadas como jurado-convidado. Além de entrar no mercado (repleto de alimentos), passear pelo restaurante (montado para receber clientes e com a bancada dos avaliadores ao centro), fuçar nas geladeiras de trabalho (totalmente vazias), descobrir as louças e panelas (empilhadas nas estantes), abrir gavetas (cheias de equipamentos), nos deparamos com uma caixa misteriosa sobre as bancadas. Afinal, o que tinha nela?

Caixa interior
Produtos porcionados: jantar garantido (Arnaldo Lorençato/Veja SP)

Depois de um sorteio realizado por La Padrão, fiquei sabendo que faria dupla com a colega Fernanda Frozza. Ela foi logo avisando “não sei cozinhar e sou vegetariana”. A partir desse momento, soube que teria de encarar o fogão sozinho, o que não é um problema para mim.

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Com a autorização dada, os 10 parceiros de cooktop descobriram que havia coisas tão diferentes para usar como chuchu, tomate, cogumelo-de-paris, salsinha, cebolinha francesa, creme de leite, manteiga, queijos, presunto cru, entre tantos itens. Mas essencial eram seis ovos.

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Na mira de Fogaça: receita em observação (Carlos Reinis - Band/Veja SP)

Nossa missão, com anunciou Paola Carosella, era fazer uma omelete francesa e não uma tortilha à espanhola como estamos acostumados — os chefs classificaram a omelete brasileira de panqueca recheada. Nem tudo estava perdido. Teríamos uma demonstração do número 1 em cozinha da França. Sim, Erick Jacquin mostrou como preparar a versão clássica. Embora eu não tenha ficado nervoso em nenhum momento, depois daquela aula show sabia que nem tudo estava perdido.

Nas palavras e ações do mestre, era algo muito simples. Bastava bater os ovos com um garfo, nunca com um fuet para que não perdessem as fibras. Em seguida, adicionar pouco mais do que uma gota de creme de leite, ciboulette em pedaços não muito curtos, sal e pimenta, por na frigideira, mexer suavemente e ir montando a omelete num canto até ganhar forma. Pronto a mágica estava feita diante dos nossos olhos. Todo mundo poderia ser MasterChef por um dia.

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Paola na prova da primeira omelete: “faltou sal” (Carlos Reinis-Band/Veja SP)
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Mas não é bem assim. Estávamos num estúdio e quando as pessoas começam a cozinhar, a temperatura sobe muito. Tínhamos que usar um fogão de indução e era minha estreia no equipamento. O que precisava mesmo era foco. Como havia uma longa fila antes de mim — outras seis omeletes passariam pelo crivo dos chefs –, resolvi não inventar. Valia a pena investir na guarnição. Ensinei minha colega a fatiar os cogumelos — embora fosse vegetariana, ela queria usar o talinho junto e expliquei que eram duros, podendo ser aproveitados depois em um caldo. Em seguida, as lâminas cruas foram postas para marinar em azeite já que o vegetal funcionam como esponja.

O tempo de meia hora foi suficiente para fazer duas omeletes. A primeira foi provada numa visita à bancada por Paola, que sentiu falta de sal. “É corrigir para acertar na segunda”. Um minuto antes do tempo regulamentar de meia hora, a número 2 estava pronta. Pincelei com um pouco de manteiga para que brilhasse — dica do Jacquin para todos os participantes. Veio o sonoro “para tudo” de Ana Paula. A partir daí, só restava esperar.

A prova foi exatamente como as do programa oficial. Cada jurado se servia e fazia um comentário. Houve petardos. “Vocês querem matar a gente? Parece um tijolo!”, disparou o Jacquin para uma das duplas. Em outras, foi suave, como nos muitos elogios para minha colega Alessandra Balles, editora digital de Claudia, também publicada pela Editora Abril como a Vejinha.

Senti uma troca de papéis quando fiquei diante do trio linha dura. De avaliador a avaliado. Fogaça disse que a omelete estava cremosa, Paola elogiou os cogumelos da guarnição e Jacquin desse que era a melhor guarnição até aquele momento. “É boa, mas está um pouquinho salgada”, sentenciou o chef francês. Expliquei que acrescentei mais sal na finalização e por cima, porque faltou na primeira que fiz. Paola saiu na defesa e disse que não estava salgada, “mas tem um grau acima, como diria o crítico de gastronomia Arnaldo Lorençato, mas aceitável, daqueles que você continua comendo”.

Aproveitei para reforçar que era a primeira vez que cozinhava num fogão de indução, o que gera certa dificuldade. Paola respondeu que havia aprendido a gostar… “do fogão de indução”, ao que repliquei: “pensei que era da minha omelete”. Muitos risos entre os colegas. “É a sétima omelete que comemos. Se não fosse boa, não estaríamos comendo tanto”, afagou Paola. Fiquei satisfeito porque o trio traçou quase tudo, lembrando que os cogumelos marinados desapareceram do prato.

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Quando Fogaça anunciou os melhores da prova, fico sabendo que levei o troféu . E a Ale Balles ficou em segundo lugar e toda orgulhosa. Houve quem protestasse. Dizia-se que era eu devia estar nos profissionais e não com jornalistas que no máximo sabiam ler uma embalagem de macarrão instantâneo.

E foi assim que me tornei MasterChef por um dia e tive o gostinho de erguer o troféu, na realidade, uma caixa com ingredientes para preparar um jantar para dois em casa com entrada, prato e sobremesa — assim, fica respondido para as pessoas que me perguntaram no Instagram o que tinha dentro da caixa premiada. Uma festa!

 

A estreia

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Jurados com Ana Paula: em novo cenário (Carlos Reinis - Band/Veja SP)

O que esperar da temporada que tem início neste domingo (24)? No estúdio, ficamos sabendo que, nas provas externas, os candidatos terão multidões para alimentar. Aliás, uma dessas competições já havia adiantado aqui no blog. Ela terá como cenário a Arena Nogueirão, em Mogi das Cruzes. Esse é o local escolhido para uma partida de  futebol feminino entre Santos e Corinthians. Na ocasião, os competidores terão de cozinhar para 400 mulheres (uau!).

Os pretendentes ao título se arriscarão ainda em tarefas difíceis como preparar um almoço para integrantes da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo. Emoldura esse programa o Teatro Municipal, erguido em 1911 e uma das joias arquitetônicas da capital paulista criada pelo escritório de Ramos de Azevedo.

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Durante minha participação na coletiva, Paola Carosella explicou que irão revistar ingredientes e receitas tiveram grande efeito entre os participantes. Citou como possíveis exemplos o tucupi ou um bolo que foi muito comentado nas redes sociais.

Marisa Mestiço apontou os desafios que surgem a cada temporada. “Vamos revistar ingredientes, mas teremos ingredientes que nunca trabalhamos. Mesmo fazendo a celebração de 10 temporadas, teremos muito frescor. Faremos mudanças.”

Ana Paula Padrão lembra que algumas provas são a marca do MasterChef e estarão de volta. Como exemplo, indicou o leilão que costuma deixar os participantes aflitos.

Na prova que abre a temporada, literalmente, os participantes terão de descascar abacaxi. Lágrimas vão rolar. Pelo menos ninguém vai se cortar com o espinhoso.

São 44 inscritos lutando por uma das 19 vagas. Começam as disputas pelo sonhado avental.

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Às terças não ficarão vagas. Entra no ar o MasterChef Para Tudo, mostrando os bastidores do programa, chamados de spin-off. A apresentação está nas mãos de um rosto conhecido: Ana Paula Padrão.

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Caderno de receitas:
+ Fettuccine alfredo como se faz em Roma
+ O tiramisu original
+ O melhor petit gâteau do Brasil

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