Empório Fasano terá 1 .000 metros quadrados e 4.000 itens nas gôndolas
Conheça a mercearia de luxo do grupo, idealizada por Gero Fasano e que teve investimento estimado em 15 milhões de reais
O restaurateur Gero Fasano, 60, que viveu fases difíceis e precisou fazer um transplante de fígado em outubro de 2020 e repetir a delicada cirurgia no ano seguinte, tem muito o que comemorar em 2022. Como ele mesmo gosta de definir, “o Grupo Fasano está em seu momento mais shining (radiante, em português)”.
Em sociedade com a construtora JHSF, ele estampa hoje o nome de sua família em 27 restaurantes e nove hotéis, dois deles fora do Brasil, um em Punta del Este e outro em Nova York. Na capital americana da gastronomia, levou sua bandeira em fevereiro com a abertura de um restaurante da grife no número 280 da Park Avenue. “Fazemos a nossa cozinha com os melhores produtos do mundo”, diz.
Agora, ele ingressa em outro terreno, o do varejo, com o Empório Fasano, com inauguração marcada para as 10 horas da quinta (14). Localizado no número 2245 da Rua Bela Cintra, o Empório Fasano era um sonho antigo de Gero Fasano. “Cheguei a idealizar uma versão quando ainda era sócio do João Paulo Diniz e com quem construí o Hotel Fasano São Paulo (em 2003). Íamos transformar uma loja do Pão de Açúcar (rede de supermercados que à época pertencia à família Diniz). Mas não foi adiante”, lembra o empresário.
A mercearia de luxo que está pronta para a inauguração foi concebida em parceria com Wilmar Rodriguez, o especialista em varejo da JHSF. Para levar a empreitada adiante também foi montada a cozinha central no Cambuci, que atende parte dos restaurantes do grupo. “O total do investimento entre loja e cozinha central foi de 15 milhões de reais”, contabiliza Fasano na montagem do negócio acalentando há tanto tempo.
Duas casas servem de inspiração para a mercearia de luxo do Jardins, a rede Dean & DeLuca, de Nova York, e o Peck, com sede em Milão. “Não queremos ter todos os produtos, mas fazer uma curadoria dos melhores”, garante Fasano.
O novo empreendimento, que VEJA SÃO PAULO visitou em primeira mão, distribui-se por um prédio de 1 000 metros quadrados com três pavimentos e três elevadores para facilitar o sobe e desce da clientela. “Vamos oferecer 4 000 itens em nossas gôndolas. Mais de 500 produtos são exclusivos da marca, sessenta deles importados da Itália, além de vinte frios e queijos. Há também uma seleção com 300 pequenos produtores nacionais”, detalha Vanessa Sandrini, diretora do projeto varejo, auxiliada pelo gerente comercial Gaston Hamaoui.
No térreo, estarão dispostos os gêneros do dia a dia. É ali que ficam a rotisseria e a padaria, onde serão encontrados massas frescas, molhos, carnes, acompanhamentos, antepastos (essas receitas são do chef Luca Gozzani, do Fasano), pães e doces fabricados na cozinha central. Será possível preparar em casa ravióli de abóbora e de muçarela e fettuccines de espinafre e nero di seppia. No mesmo espaço estarão o hortifrúti de orgânicos e cortes de carnes. “Temos uma pessoa que faz a seleção de frutas e hortaliças”, conta Vanessa.
O primeiro piso é diversão garantida para fãs de vinho. Na adega, concentram-se 1 000 rótulos provenientes de 31 importadoras. “Nosso foco maior está em Itália e França”, explica o curador Danio Braga, que fez a seleção de cinquenta etiquetas de importação própria direto com os vinicultores. Os exemplares não se limitam a esses dois países e chegam também de lugares como África do Sul, Alemanha, Argentina, Espanha, Eslováquia, Grécia, Hungria, Portugal e Nova Zelândia. Os clientes poderão provar de algumas garrafas colocadas em máquinas Enomatic.
Na vitrine de queijos e frios ao fundo, há opções que devem fazer brilhar os olhos dos gourmets endinheirados, como o presunto cru italiano San Daniele com 36 meses de cura. Junto está o chamado Mozzarella Lab, minifábrica com capacidade de preparar 50 quilos de muçarela diariamente. É também ali que serão encontrados massas secas e azeites italianos. “Posso garantir: nunca vou vender azeite trufado”, assegura Fasano.
No último pavimento, as estantes exibirão os itens Fasano Home como fronhas, lençóis, xales e até pequenos móveis encontrados nos hotéis do grupo. Esse piso abriga ainda um café cujos grãos, escolhidos pela especialista Eliana Relvas sob a supervisão de Braga, são torrados lá mesmo à vista dos clientes. Para saborear um expresso há um terraço na área externa com trinta lugares. Espaço muito agradável, será usado também para pequenos eventos.
HISTÓRIA EM LIVRO
Gero Fasano, que nasceu Rogério Marco Fasano e mudou de nome para Gero após o primeiro transplante de fígado, escreveu em parceria com o jornalista Luciano Ribeiro Fasano Dal 1902 (DBA, 160 págs., R$ 250,00), que pode ser traduzido como “Fasano desde 1902”.
No livro, lançado em 25 de maio, o empresário conta parte da história de sua família desde o início do século XX em São Paulo e também seu ingresso na gastronomia, em 1981.
Primeiro ele viveu um fracasso com o Le Jardin Gastronomique, endereço francês no Shopping Eldorado. O momento definido no livro como de “epifania” foi quando ele decidiu fazer apenas a comida que saboreava na casa da avó Ida Fasano. Ou seja, pratos italianos. Tinha início aí a mais reluzente grife de gastronomia italiana clássica do país.
Publicado em VEJA São Paulo de 13 de julho de 2022, edição nº 2797
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