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Blog do Lorençato

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O editor-executivo Arnaldo Lorençato é crítico de restaurantes há mais de 30 anos. De 1992 para cá, fez mais de 16 000 avaliações. Também comanda o Cozinha do Lorençato, um programa de entrevistas e receitas. O jornalista é professor-doutor e leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Clima esquenta com queimaduras no Cozinha sob Pressão

Bem, em vez falar do título acima que tem a ver com o episódio de hoje, contarei primeiro o que achei do Cozinha sob Pressão até agora. Foram quatro programas e o apresentador Carlos Bertolazzi está bem melhor. Embora reste a ele um traço de elegância que o chef original da série, o britânico Gordon […]

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Atualizado em 26 fev 2017, 16h30 - Publicado em 23 Maio 2015, 20h37
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  • Bertolazzi: mais à vontade e carregando de ironia (Foto: divulgação)

    Bertolazzi: mais à vontade e carregando de ironia (Foto: divulgação)

    Bem, em vez falar do título acima que tem a ver com o episódio de hoje, contarei primeiro o que achei do Cozinha sob Pressão até agora. Foram quatro programas e o apresentador Carlos Bertolazzi está bem melhor. Embora reste a ele um traço de elegância que o chef original da série, o britânico Gordon Ramsay, nunca chegou a ter, o chef do Zena Caffè reforça na ironia e menos na crueldade. Não chega a humilhar ninguém, o que é bom. Mas confesso que gostava mais dos participantes da equipe da primeira temporada. Era gente mais competitiva, mais sangue nos olhos. Ainda sinto saudade da Derileusa, a musa da reclamação, a rainha do protesto. Mas vamos ao que interessa:

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    Nessa temporada, o reality culinário começou bem. Aquela história de despachar todo mundo para arrumar o salão do restaurante Arola Vintetres completamente sujo e bagunçado foi ótima. Era uma maneira esperta de pilhar os participantes que nem se conheciam, não tinham times, embora mantenha a fórmula da uma gincana escolar — os homens de um lado e mulheres do outro. Estava lançada a competição individual, um querendo mostrar que era melhor do que o outro. O resultado foi desastroso. Sem voz de comando, o salão do Arola Vintetres ficou bem feio. Isso também mostra que os chefs selecionados podem entender alguma coisa de cozinha, mas de salão… Ninguém sabe por uma mesa! Na cozinha, foi ótimo o pega pra capar de cada competidor fazer um menu. Nada de um ajudar o outro. O dólman confiscado foi da Nathalia Vergili. Não antes sem uma “in”delicadeza do chef: “Por que, catzo, uma linguiça com vinagrete é o prato que te representa?”

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    A segunda rodada prometia mais já que tinha uma prova inicial ao mesmo tempo divertida e cruel — aliás, cruel como é abater qualquer animal e a pessoas fingem que não sabe quando compram bandejas de carne no açougue ou no supermercado. Todos tinham de matar e preparar uma rã. Gabriela Preisegalavicius declarou: “Quando vi a rã fiquei com muito, muito nojo” Nojo de alimento não dá, né? Ainda mais para quem se pretende “chef de cozinha”. Se o ingrediente era bacana, a apresentação dos pratos foi sonolenta. Tanto que o próprio Bertolazzi quase dormiu quando a Esther Magalhães descreveu sua receita. Zzzzzzzzzzzzzz. Imagina o espectador. É preciso melhorar a edição do programa. No jantar, o Igor foi escalado como garçom. Combinava com ele. A Esther, que o Bertolazzi chegou a chamar de Elza  (a princesa do desenho Frozen), aquela do sono, fez omelete de macarrão à carbonara e foi despachada.

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    Na terceira noite, os participantes entraram em cena com cara de derrota. Sempre acho que eles não entenderam que se trata de uma competição. Enfim… Era véspera de Dia das Mães. Como os pretendentes ao título permanecem confinados em um hotel, houve um monte de declarações melosas para as rainhas do lar. Depois, o Bertolazzi pediu cada um deles para fazer uma feijoada. Fiquei surpreso, Bertolazzi apresentou carne-seca como jerked beef. Americanizou a feijoada… Isso dá processo, Bertolazzi! A caça ao tesouro era encontrar os ingredientes da tal feijoada. Vale registrar que a Luciana Gonzalez não conseguiu apresentar o prato, chorou depois e saiu-se com essa: “preciso focar no jogo”. Demorou três episódios para perceber isso. Merecia paredão! Vamos pular essa parte e ir direto ao jantar. Fico imaginando se em todos os restaurantes do mundo há tantos erros como no de Cozinha sob Pressão. Pela minha experiência, não. Do contrário todos nós seríamos muito infelizes ao sair de casa para comer. Eliminado da noite: Mário Amorim. Bertolazzi pontuou bem: o que importa é  a entrega ao cliente e no cuscuz preparado pelo derrotado havia papel e plástico. Não dá!

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    O mais recente dos programas pôs para fora o mais reclamão de todos: Igor Martins. Em geral, os queixosos são tipos divertidos, mas não era o caso. Como disse no meu Twitter, acho que o Igor não sabe amarrar sapato. Ele não conseguiu fazer o laço no fagottino, a trouxinha italiana. Numa boa tirada, Bertolazzi sugeriu que ele usasse velcro. Ainda debochou do colega Hugo, que o substituiu mas também não entendia daquele babado, que dizer do laço. O filósofo Igor ainda soltou essa : “Não sei se o programa é Cozinha sob Pressão ou Costura sob Pressão. Estou aqui para cozinhar e não para costurar”. De chorar de rir. Sobre a primeira parte do programa, o melhor de todos até agora, só os queixumes femininos foram o ponto alto. Bocudíssima, Daniela Malavasi definiu maldosamente o prato dos oponentes como o qual a equipe feminina foi derrotada. Disparou: “Beleza, você lamina a mandioquinha joga um raio goumertizador e ela vira mil-folhas.”  Não é que ela colocou o Bertolazzi contra a parede. Será que ele merece ser eliminado?

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    Exclusivo para você: hoje, alguém literalmente irá se queimar. Numa das equipes, uma das panelas estará com o cabo sobre o calor. Sem perceber isso, um dos participantes irá meter a mão no cabo da panela. O resultado são bolhas gigantes e uma dor horrosa. Resta saber se esse participante vai segurar a onda e ficar até o final ou deixar seu grupo desfalcado. A queimadura foi tão forte que até atendimento médico baixou por lá para dar uma assistência. Descubra se realmente foi grave.

    3 pérolas do Bertolazzi:

    Sobre o frango cru do Rafael Carvalho no primeiro episódio: “Se eu fosse um bom veterinário, conseguia trazê-lo à vida”

    Sobre a entrada da Nathalia Vergili também no primeiro episódio: “Por que, catzo, uma linguiça com vinagrete é o prato que te representa”

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    Sobre a feijoada da Gabriela Preisegalavicius no segundo episódio: “Parece um pavão tomando sol”

    Dica do chef

    Quando risoto chega ao ponto, basta colocar no prato e bater com delicadeza por baixo para que o arroz se espalhe fazendo ondinhas. Só não faz como o Bertolazzi que, nervoso, vai no pancadão. O máximo que você conseguirá é quebrar louça.

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