Nem em um pensamento mais distante o romano Marco Renzetti, 46 anos, sonhou em ser cozinheiro. Ainda que fosse um apaixonado por comer bem, na época em que era adolescente essa não era uma profissão da moda. Quando cursava biologia, em 1994, recebeu a ligação de um tio que vivia em Lima convidando-o para morar na capital peruana. Esse acabou sendo o passaporte para uma grande mudança. A proposta era tentadora para o jovem de 19 anos: “Vou montar um restaurante, você vem?”. Ele foi.
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Nos primeiros seis meses, fez de tudo: cuidou do caixa, das compras, do salão… Não entrava na cozinha porque não tinha conhecimento. A primeira chance de pilotar o fogão veio quando o chef adoeceu. “Eu o observava trabalhando e consegui repetir o que ele fazia”, conta. A partir daí, não parou mais. A família de Renzetti havia se transferido para La Paz, e ele foi junto, depois de cumprir o serviço militar na Itália.
Foi na Bolívia que surgiu a chance de comprar o primeiro restaurante. Também foi por lá que conheceu a esposa, a paulistana Erika Andrade, que se tornou grande parceira no atendimento e na administração do negócio. Assim surgiu a primeira versão da Osteria del Pettirosso, em 1998, depois transplantada para São Paulo, em 2007. Renzetti sofreu muito nos primeiros anos, com um ponto ruim nos Jardins, onde a Alameda Lorena faz uma curva para desembocar na Avenida Rebouças.
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Originalmente um endereço com pretensões autorais, o Pettirosso foi se transformando numa trattoria, premiada pelo COMER & BEBER pela primeira vez em 2013, vitória repetida nos dois anos seguintes. E o restaurante decolou. Autodidata, o chef nasceu com a veia criativa forte e, aos poucos, transformou a antiga osteria num restaurante de menu mais requintado. Na pandemia, tirou o Pettirosso Ristorante — nome que a casa assumiu em 2019 — do ar.
Em vez de chorar o mascarpone derramado, o casal montou o Fame, um charmoso lugarzinho com cozinha aberta na sobreloja de um imóvel comercial, também nos Jardins, premiado como o italiano número 1 da cidade. É lá que brilha todas as noites o chef do ano desta 25ª edição do guia anual. Faz um menu degustação com sua visão muito particular da culinária italiana. Não pode faltar, por exemplo, a magnífica pasta à carbonara.
Anos atrás, no programa na internet Bons de Garfo, o chef declarou aos repórteres da Vejinha: “Sempre gostei mais da cozinha que do salão, não sou muito sociável”. Mordeu a língua. A cada noite, ele se mostra também um grande anfitrião.
Leia a resenha sobre o Fame aqui.
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