Dois chefs brasileiros são temas das duas mais influentes publicações dos Estados Unidos (e, consequentemente, do mundo) nesta semana. Alex Atala ilustra a capa da revista Time e seu colega Rodrigo Oliveira aparece em uma reportagem do diário The New York Times.
Atala está na capa da maior revista semanal do planeta
Não na versão americana, mas na edição distribuída para o restante do mundo – na divisão da própria revista: Europa, Oriente Médio, África, Ásia e Pacífico Sul – o paulistano Atala aparece ao lado do americano de origem coreana David Chang e do dinamarquês René Redzepi. São tratados como “Os deuses da comida” na reportagem de 26 páginas que li no iPad. Além do trio, outras dez personalidades ligadas à gastronomia no mundo são perfiladas. Entre elas, está Albert Adrià, irmão de Ferran Adrià, chef espanhol de vanguarda que revolucionou a cozinha do mundo e que tive a oportunidade de entrevistar mais uma vez nesta semana, agora ao compor a bancada do Roda Vida, a convite de Augusto Nunes (o programa ainda está sendo legendado e não tem data definida para a exibição. Assim que souber, aviso aqui no blog).
O artigo da Time, assinado por Howard Chua-Eoan, intitulado “Os caras da comida” e dedicado ao chef paulistano e seus amigos Chang e Redzepi, enaltece as qualidades em comum do trio como ser exigente, inovador, divertido e carismático, posturas capazes de “mudar a imagem do chef de um esteta distante para um ‘brother’ sem firulas” (livre tradução minha, ok?).
E não falta bom humor na definição de Chua-Eoan para o brasileiro: “Atala, que dirige o D.O.M. em São Paulo, tem tatuagens o suficiente para decorar a cozinha Sistina”, em uma referência à capela mais famosa do mundo e que atrai milhões de turistas por ano ao Vaticano.
Tempos atrás, um dos jornalistas mais talentosos que conheço disparou um e-mail sabe Deus de onde. É Seth Kugel, nova-iorquino que está sempre rodando o mundo, já que é responsável pela seção “Frugal Traveler”, divertido e democrático diário de viagem do jornal The New York Times para quem não tem grana, mas não deixa de por o pé na estrada.
Seth queria saber sobre restaurantes bons e baratos na Zona Norte (que bom que até para o NYT São Paulo não é só Jardins-Itaim-Pinheiros-Vila Madalena). Nem precisei indicar o Mocotó e o Esquina Mocotó, do chef Rodrigo Oliveira, que Seth já conhecia. Ainda que no texto, ele diga que já não é tão baratinho assim comer no Mocotó, ele reconhece ainda dá para fechar a conta com menos de cinquentinha. Um alívio para a carteira em uma cidade cara como São Paulo.