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Conhecido por obras em prédios e no asfalto, Tec ganha exposição em museu

A mostra panorâmica do artista argentino acontece no MAB e conta com mais de quarenta trabalhos

Por Saulo Yassuda Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 Maio 2024, 21h40 - Publicado em 19 ago 2022, 06h00
Rato em ladeira
Rato em ladeira: foto de intervenção feita em 2012 (MAB/FAAP/Divulgação)
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O artista Tec ficou conhecido por muitos paulistanos ao usar a metrópole como suporte de suas obras. Na lateral de um prédio da Rua Amaral Gurgel, pintou em 2015 um busto “envolto” em vias, mural que é observado facilmente por quem passa pelo Minhocão.

Outro exemplo? No asfalto da íngreme Rua Caiubi, em Perdizes, desenhou, em 2012, um célebre rato — a imagem, que se desgasta com o tempo, é periodicamente substituída, e a mais recente versão tem a forma de um jacaré.

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A partir de quarta (24), pelo menos quarenta trabalhos do argentino poderão ser vistos dentro de uma instituição, o Museu de Arte Brasileira (MAB) da Faap (Fundação Armando Alvares Penteado), em Higienópolis.

“Essa é, sem dúvida, a minha maior exposição individual”, afirma, sobre a mostra Urbana. “Foi pensada, originalmente, como uma retrospectiva dos últimos dez anos da minha carreira. É um resumo da minha passagem pela cidade”, resume o cordovês de 47 anos, que se estabeleceu na capital paulista em janeiro de 2012.

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Essa revisão da trajetória, que conta com a curadoria de Laura Rago, companheira dele, faz parte de um processo que começou em 2020, com o lançamento do livro Tec — 2010/2020 (Martins Fontes, 184 págs., 149,90 reais). Os trabalhos que Tec elaborou no chão ou em paredes poderão ser vistos na forma de vídeos, fotografias ou numa instalação durante a exibição.

Faceta menos conhecida do artista, principalmente pelo público que não frequenta galerias, os quadros de pinceladas rápidas ocuparão boa parte do espaço expositivo, com um olhar para as obras pintadas nos últimos anos, como Cabeza Azul (2019), de tinta acrílica sobre tela. “Posso ficar na mesma pintura meses no meu ateliê. Já na rua, faço muitas vezes o trabalho em um dia”, diz o autor.

A tela Cabeza Azul
A tela Cabeza Azul: mais de quarenta obras (MAB/FAAP/Divulgação)
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Inéditos, dois murais, de 35 metros de largura por 10 metros de altura cada um, devem chamar atenção. “Quisemos levar esse ineditismo e essa surpresa que o grafite promove e provoca na rua para dentro do museu”, diz a curadora.

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Um deles será composto de reproduções que o artista tem feito de desenhos que estudantes mirins de escolas públicas têm produzido ao visitar o MAB — o processo, que faz parte do projeto educativo de Tec e Laura Rago, seguirá com a mostra aberta. “A ideia é fornecer autoestima às crianças e, através delas, levar mais famílias ao museu”, diz.

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O outro mural é uma pintura que trata da temática urbana, seu assunto predileto, mas que passou a dividir terreno com outras questões. “São Paulo é uma grande inspiração, mas, nos últimos tempos, a situação social atual do Brasil também é”, revela. “Essas mudanças na nossa realidade trouxeram muita inspiração e a necessidade de me expressar como artista.”

MAB Faap. Rua Alagoas, 903, Higienópolis, ☎ 3662-7198. Qua. a seg., 10h/17h30. Grátis. Até 9/10. A partir de quarta (24). faap.br/museu.

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Publicado em VEJA São Paulo de 24 de agosto de 2022, edição nº 2803

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