Você pode gostar ou não gostar dela, mas uma coisa é certa: Susana Vieira nunca passa despercebida.
A atriz, que volta a viver a personagem Regina na peça A Partilha após 22 anos da estreia do espetáculo de Miguel Falabella, fala sobre a experiência, sua carreira e aproveita para criticar o público carioca e os humoristas de stand-up.
“Falo por mim e pela Arlete [Salles, que junto com ela e Thereza Piffer são do elenco original da peça]. Nós achávamos que não teríamos mais aquela irresponsabilidade ou aquela leveza. Eu pensava que não tinha mais a Regina dentro de mim depois de tanta coisa que aconteceu na minha vida, mas eu a encontrei no palco, porque o texto do Miguel é atemporal e também a gente não envelheceu, não é?”, brinca Susana sobre seu reencontro com o espetáculo.
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A atriz diz que todo ator fica ansioso para encenar em São Paulo, pois, segundo ela, o público do Rio de Janeiro só quer saber de beber na praia: “Lá tem que ser comédia. Se você vai a um programa de televisão para promover a peça, ela pode ser a maior tragédia grega, mas você tem que dizer que ela é engraçada”.
Sobre seu estilo ‘sem papas na língua’, Susana se defende afirmando que pode ser temperamental, louca e chata, “mas o que você não se pode deixar de ser é honesta”.
Assim, honestamente, critica os humoristas de stand-up comedy. “Se eu for fazer um stand-up, eu serei tão engraçada quanto eles, porque o texto do stand-up é pessoal. Eu quero ver um ator fazer um texto que não é dele ficar engraçado”, desafia a atriz.
A atriz, que se notabilizou muito mais por papéis na TV, A Partilha foi um marco em sua carreira no teatro. “Minha segurança como atriz no teatro é antes e depois do Miguel Falabella, assim como na televisão foi antes e depois de Senhora do Destino [novela de 2004], do Agnaldo [Silva]”, conclui.
A peça está em cartaz no Teatro Shopping Frei Caneca, de sexta a domingo até 25 de novembro.