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Missão de vida: a história de Sidnei Epelman, fundador da Tucca

A trajetória do oncologista paulista, que fundou em 1998 a ONG que atende crianças e adolescentes com câncer na Zona Leste de São Paulo

Por Tomás Novaes
2 ago 2024, 06h30
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Sidnei, no ambulatório da Tucca, na Zona Leste: ao fundo, pacientes em quimioterapia (Roberto Setton/Veja SP)
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“Não é um ambiente triste, é intenso”, define Sidnei Epelman, 66, sobre o ambulatório da Tucca, ONG que presta atendimento a crianças e adolescentes com câncer.

Paredes e móveis coloridos, Olimpíada nas televisões, uma sala com jogos eletrônicos e brinquedos, os pequenos risonhos… Esperança é o grande sentimento que paira no ar.

Semanalmente, o oncologista atravessa a cidade, partindo do Morumbi, para chegar ao endereço em Itaquera. Médico sorocabano, ele criou o projeto em 1998, junto de sua esposa, Claudia Epelman (1959- 2020).

Desde 2001 a Tucca funciona em parceria com o Hospital Santa Marcelina, vizinho à organização, e atende principalmente pacientes da rede pública, com serviços como transporte e oficinas de culinária gratuitos.

“A palavra mágica em medicina é acesso”, diz Epelman. Drogas de alto custo que não são cobertas pelo SUS, procedimentos como a quimioterapia intra-arterial e um laboratório de patologia molecular, que fornece diagnósticos precisos a todo o país, estão entre os serviços oferecidos pela instituição.

Formado em Mogi das Cruzes, Sidnei escolheu a oncologia pediátrica desde o primeiro contato com o assunto, na faculdade. Após estudar nos Estados Unidos e se estabelecer no setor privado em São Paulo, teve o desejo de expandir sua atuação.

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“Isso me frustrava. A Tucca foi o instrumento para o meu conhecimento e o da Claudia chegarem a mais pessoas”, conta. A quatro mãos, com sua companheira, psicanalista, o sonho cresceu aos poucos.

“O DNA da Claudia está em tudo, no olhar, no acolhimento das crianças. A perda dela foi difícil. Sempre brinco, esse foi o nosso terceiro filho. E nós vemos o resultado, a vida ganha significado”, diz, emocionado.

A verba da instituição vem principalmente de doações, de empresas e pessoas físicas. Um dos projetos de arrecadação é o Música pela Cura, que promove grandes concertos beneficentes e uma programação erudita infantil.

“Sempre gostei de música clássica. Nossas apresentações são únicas, para as pessoas virem pela música, mas gostarem da ‘consequência’, que é doar”, conta.

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A agenda internacional de 2024 começa na quarta-feira (7), com a cantora Joyce DiDonato, na Sala São Paulo (confira a programação ao fim do texto).

Com um fluxo crescente de pacientes de outras regiões da cidade nos últimos anos, o ambulatório será reformado e expandido em 2025. Em mais de duas décadas de atuação, cerca de 4 000 crianças foram curadas diretamente pelo projeto.

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Manuella, paciente curada: projeto especial (Roberto Setton/Veja SP)

“A missão final é dar 100% de chance de cura às crianças. Hoje, é cerca de 80%. Lá atrás, quando comecei, era 40%”, diz Sidnei. A pequena Manuella (foto acima), de 5 anos, por exemplo, foi curada de leucemia há um ano e meio, e segue estável.

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Foi por casos como esse que Sidnei criou a ONG. “Não consigo curar todo mundo, mas tenho que dar essa chance a cada criança que chega. E isso transforma o ambiente”, resume. ■

Concertos internacionais da Tucca em 2024

7/8 – Joyce DiDonato (Sala São Paulo)

25/8 – Ricardo Herz Trio & Anat Cohen (Teatro B32)

10/9 – Cécile McLorin Salvant (Sala São Paulo)

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25/9 – Duo Amal (Sala São Paulo)

29/10 – Venice Baroque Orchestra & Chouchane Siranossian (Teatro Cultura Artística)

20/11 – D-Composed e Plínio Fernandes (Sala São Paulo)

26/11 – Avishai Cohen (Sala São Paulo)

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9/12 – Antonio Sanchez (Theatro São Pedro)

Publicado em VEJA São Paulo de 2 de agosto de 2024, edição nº 2904

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