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CCBB reabre com shows presenciais para homenagear centenário de Zé Kéti

Serão quatro apresentações, de quinta (5) a domingo (8), para celebrar o cantor e compositor

Por Saulo Yassuda Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 Maio 2024, 19h51 - Publicado em 30 jul 2021, 06h00
Foto em preto e branco do cantor Zé Kéti olhando para o horizonte retirando um chapéu da cabeça
O músico carioca (1921-1999): cheio de clássicos (Marco Aurélio Olímpio/Divulgação)
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Muitos dos nascidos nas duas ou três últimas décadas podem saber pouco de Zé Kéti (1921- 1999). Mais fácil reconhecerem, de ouvido, trechos de canções do músico, morto há mais de vinte anos. “Eu sou o samba / A voz do morro sou eu mesmo, sim, senhor”, imortalizou ele em A Voz do Morro. Não faltarão oportunidades para que os mais novinhos (mas não só) descubram o sambista carioca, batizado José Flores de Jesus — o “Zé Quietinho”: neste ano comemora-se o centenário de seu nascimento.

Uma homenagem ao artista, que rolou em janeiro no Rio e em fevereiro e março em Brasília, chega a São Paulo, cidade onde Kéti viveu por um breve período, já na maturidade. O conjunto de apresentações Zé Kéti — 100 Anos da Voz do Morro ocupa o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-SP), no centro, que volta a receber o público presencialmente no auditório depois de nove meses fechado por causa das restrições da pandemia. Rola de quinta (5) a domingo (8), com ingressos a 30 reais.

Em um palco, um homem canta com microfone, outros dois tocam violão e bateria e, ao fundo, um telão passa uma foto do cantor Zé Kéti
João Cavalcanti no palco: vai soltar canções como Mascarada e Diz que Fui por Aí (Thiago Sabino/Divulgação)

Zé Kéti é um representante da crônica da favela, uma espécie de porta- voz dos sem voz”, defende o músico João Cavalcanti, que abre a série na quinta (5), às 19 horas. Fará um apanhado de canções do homenageado, como Mascarada e Diz que Fui por Aí. “Ele foi capaz de levar essas crônicas a quem não ouvia as histórias da favela, por meio de filmes (o sambista fez trilha para obras cinematográficas) e do Show Opinião. Transitou entre os ambientes.”

Cavalcanti recebe a cantora Fabiana Cozza, que solta a voz em Acender as Velas e outras canções. Às 18 horas, antes do show, a dupla participa de um bate-papo no local sobre as letras de Zé Kéti e reflete acerca de machismo e de mudanças de comportamento nos últimos anos. O roteiro segue na sexta (6), com o cantor e compositor Zé Renato e o pianista e arranjador Cristóvão Bastos às 19 horas. Os dois vão se dedicar a canções que fizeram parte de trilhas sonoras de películas de nomes como Nelson Pereira dos Santos e Cacá Diegues.

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De vestido e máscara, uma mulher canta em um palco de teatro
Fabiana Cozza: cantora participa da abertura do projeto (Thiago Sabino/Divulgação)

No sábado (7), a partir das 17 horas, o grupo Sururu na Roda se junta a Moacyr Luz para entoar hits de Kéti e de amigos e parceiros contumazes, como Paulinho da Viola. A última apresentação rola no domingo (8), às 17 horas, quando o conjunto Casuarina e a cantora Nilze Carvalho mostram o repertório do Opinião, espetáculo do diretor Augusto Boal que estreou no fim de 1964 e do qual Zé Kéti fazia parte do elenco, com Nara Leão (logo depois substituída por Maria Bethânia, por motivos de saúde) e João do Vale.

Na terça passada, 27, o cantor Zé Renato, que em 1996 lançou um álbum só com canções do homenageado, deu uma palestra pelo Instagram do CCBB-SP chamada “Zé Kéti, samba, Carnaval e cinema”. Foi a única parte virtual do projeto, já que todas as apresentações serão presenciais, com apenas 45 lugares por sessão. É o retorno da batucada, ainda que de forma muito gradual.

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Publicado em VEJA São Paulo de 04 de agosto de 2021, edição nº 2749

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