Jornal inglês elege restaurantes de São Paulo com melhor custo-benefício
Após montar o ranking dos dez melhores bares da capital, <em>The Guardian</em> selecionou casas com boa comida e preços atrativos
Dando continuidade às listas com locais para conhecer no Brasil durante a Copa do Mundo, o jornal The Guardian selecionou dez restaurantes para comer em São Paulo pagando pouco. É bem verdade que os ingleses são beneficiados pelo câmbio (hoje, uma libra vale cerca de 3,74 reais), o que torna quase toda refeição aqui uma pechincha para eles. Mas os paulistanos também podem aproveitar a indicação de endereços.
Entraram na relação desde cafés, lanchonetes e botecos até restaurantes mais formais. Afirmando o caráter cosmopolita da gastronomia paulistana, aparecem pedidas nacionais, como o acarajé, até especialidades das cozinhas grega, colombiana, chinesa e japonesa.
Entre os relacionados, somente o Mocotó foi campeão na categoria Bom e Barato da edição especial “Comer & Beber” de VEJA SÃO PAULO em 2010, 2011 e 2012. Mais do que saborear uma boa gastronomia, alguns casos – como os pitorescos Chi Fu e Rinconcito Peruano – valem pela experiência quase folclórica para contar aos amigos.
Confira:
Tabuleiro do Acarajé: escondida em um espaço de cinco metros quadrados na Rua Cesário Mota Júnior, a loja comandada pelas irmãs baianas Fátima e Miri de Castro aparece em primeiro lugar na lista. O acarajé recheado de vatapá e caruru – “esse bocado de sons exóticos”, como descreve o jornal – atrai turistas e paulistanos interessados na cozinha nordestina.
Acrópoles: no Bom Retiro, o tradicional restaurante fundado em 1959 também está entre os selecionados – apesar de uma refeição por lá não sair por menos de 71 reais por pessoa. Para enfrentar a fila costumeira dos finais de semana, a publicação sugere pedir uma cerveja bem gelada e considerá-la “parte da experiência”. Só faltou avisar aos ingleses que o proprietário do restaurante, o grego de 96 anos dono do impronunciável nome Thrassyvoulos Georgios Petrakis, atende também por “Seu Trasso”.
Mocotó: o Guardian não foi avarento na hora de escolher elogios para o restaurante da Vila Medeiros. “Ele é famoso pelos pratos que seguem fielmente as receitas tradicionais, todos de alguma forma duas vezes mais saborosos do que qualquer uma das ocasiões que você os tenha provado antes – e mais baratos do que parece possível na cara São Paulo.”
Chi Fu: talvez a escolha mais curiosa na seleção, o Chi Fu entrou para lista por ser, segundo o jornal, “um palácio de dois andares com comida chinesa autêntica e barata”. Ali, ingleses e brasileiros enfrentam o mesmo problema com o idioma: os atendentes só falam chinês, nem uma palavra de português ou inglês. “Fatias de melancia aparecem quando eles acharem que você terminou.” Muito bem lembrado: a casa só aceita pagamento em dinheiro.
Ella.: com um menu completo a 33 reais (cerca de 8,80 libras) na hora do almoço, o Ella. é apontado como o melhor custo-benefício da cidade durante o período. A dica do cardápio à la carte é o “inesquecível” tortelli de beterraba (28 reais). Ainda sobrou espaço na publicação para citar a Editora Abril, cujos funcionários são frequentes no estabelecimento.
Rinconcito Peruano: o “pedacinho do Peru” é descrito como um humilde, despretensioso e barato restaurante que vale a visita. Para chegar no local, os estrangeiros vão ter que prestar atenção na entrada, uma portinha aberta e não sinalizada na Rua Aurora, 451. É preciso subir um lance de escadas até o salão. O Guardian avisa: “a vizinhança é extremamente insalubre, portanto não é um lugar para passear, principalmente, à noite”.
Sabores de Mi Tierra: o charmoso restaurante improvisado em uma garagem de Pinheiros pelo chef Dagoberto Torres, dono do Suri Ceviche Bar, com a tia Magdalena é o mais descolado da lista. Entre os petiscos colombianos da casa, o jornal destaca a arepa, típica massa feita à base de milho branco, e os patacóns, discos crocantes de banana-da-terra, que podem ser servidos com carne desfiada, linguiça, pernil, queijo e outras opções.
Comedoria do Sesc Pinheiros: representando os restaurantes self-service da cidade, o local foi escolhido pela “refinada seleção de pratos, saladas e vegetais”, além do café, onde os visitantes podem se servir de uma fatia de bolo antes de visitar uma das exposições do prédio.
Bar do Biu: “um passeio na feira da Praça Benedito Calixto seguido por uma tarde de descanso no vizinho Bar do Biu já é como uma instituição paulistana”, descreve o jornal. O estabelecimento “sem frescuras” marca presença pela feijoada (que é servida todos os dias) e pelo baião de dois, duas das suas especialidades.
Yamaga: não há lista de restaurantes em São Paulo, seja ela qual for, que possa ser respeitada se entre os selecionados faltar um representante da culinária japonesa. “Sushi e sashimi estão no coração da indústria gastronômica de São Paulo, uma força entre os paulistanos amantes de comida, que parecem precisar de doses regulares desses pratos para continuar felizes e saudáveis”, brinca a publicação. O Yamaga é uma boa sugestão para os ingleses aprenderem o que é um combinado, aproveitando ainda as opções do cardápio variado.