Desde julho, quando foi inaugurado, o Pop Vegan Food coleciona filas durante o almoço. No estilo “coma quanto quiser”, o bufê oferece apenas cardápio vegano. Ou seja, não espere encontrar bife, frango, ovos ou alguma opção de origem animal, mas quibe de soja, yakissoba de legumes, massas…
Os preços camaradas reforçam o bom movimento: 10 reais às segundas; 15 reais, de terça a sexta; e 18 reais aos sábados. À noite, rola pizza. O endereço faz parte de uma nova leva de casas na região da Rua Augusta com alternativas vegetarianas (sem carne) e veganas.
Essa última dieta se mostra mais radical, sem queijo, mel, leite e afins. Além disso, se baseia em uma filosofia que engloba a rotina como um todo. “Não usamos produtos de limpeza fabricados a partir de testes em animais, por exemplo”, diz Carol Caliman, sócia do negócio junto de Mônica Buava e Guilherme Carvalho.
Há pelo menos vinte lugares que atendem esse público na via, principalmente no pedaço do centro, conhecido como Baixo Augusta. Famosa pela boemia, a região acolhe jovens descolados, uma parcela significativa da tribo natureba. A veia moderninha deu vez a pontos diferentões, que fogem do óbvio. “Trata-se da principal área vegan friendly da cidade”, afirma Elton Bastos, responsável pelo guia especializado SPVeg.
Um dos pioneiros é o indiano Gopala, fundado em 1995 e hoje dividido em dois — Gopala Hari e Gopala Madhava. Outros espaços mais antigos também se destacam, como o Vegacy e o Maoz. O fenômeno, porém, vem crescendo. No último ano, cinco restaurantes do tipo se instalaram por ali.
Em outubro do ano passado, a rede vegana Loving Hut, presente em quarenta países, montou na altura do número 1961 sua segunda unidade em São Paulo, no esquema self-service. O bufê à vontade vale de 30 a 39 reais. Dentro da Galeria Augusta, a publicitária Katrin Warkentin criou em novembro o Laut. Em um pequeno ponto de decoração minimalista, ela serve um menu que, além de vegano, traz apenas ingredientes crus.
“A culinária sem itens de origem animal também pode ser gostosa e bonita”, garante. Durante o almoço, Katrin oferece um combo com entrada, prato principal, sobremesa e suco a 50 reais. Entre as opções estão o ravióli de beterraba com recheio de ricota de macadâmia e a torta de cacau com banana e massa de tâmara, coco e amêndoa.
Outra novidade do pedaço, o Veg gie Raw, um braço da lanchonete Raw, na Vila Madalena, passa longe do black angus, do bacon e do frango. É a primeira hamburgueria vegetariana da capital. O mushies & bushies (29 reais), um dos seis lanches da casa, possui um disco de cogumelos com batata, queijo prato e maionese de limão-siciliano.
Quer uma sobremesa? Aposte nos doces do Guna Vegan. Desde março, o empreendimento familiar quase na esquina com a Alameda Jaú produz diariamente bolos, tortas, brownies e muffins sem leite, ovos nem manteiga.
Para entrarem na onda, estabelecimentos “carnívoros” resolveram incluir no cardápio opções vegetarianas. Hugo Delgado, da Taquería La Sabrosa, lançou seu primeiro taco vegetariano em 2015. Nove meses atrás, passou a oferecer um total de dez pedidas, entre elas um petisco recheado de cogumelos, abobrinha, batata, milho e repolho crocante (16 reais).
No Hot Dog Company, as nove receitas de cachorros – quentes “sem crueldade” ganharam, em junho, a companhia de três hambúrgueres do tipo. “Esses itens representam 70% das minhas vendas”, comemora o dono Guido Libera.
Novidades no pedaço
Guna Vegan. Rua Augusta, 1972. 11h30/19h30 (sáb. 12h/17h; dom. 13h/18h).
Laut. Rua Augusta, 1524, loja 48, ☎ 3171-2529. 9h/19h (fecha sáb. e dom.).
Pop Vegan Food. Rua Fernando de Albuquerque, 144, ☎ 3258-4081. 12h/15h e 18h/23h (seg. só almoço; sábado 12h/16h e 19h/24h).
Raw Veggie. Rua Augusta, 2052, ☎ 3062-5759. 12h/16h e 18h/23h (sáb. 13h/0h e dom. 13h/22h).