Uma das autoras do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, a advogada Janaína Paschoal diz ter acordado nesta quarta (11) – dia em que o Senado vota pelo afastamento da presidente – com sensação de dever cumprido. “Vou ver a votação tanto do meu escritório quanto de casa, pois ela será bem longa”, diz a advogada. A votação na Câmara, realizada em 17 de abril, ela acompanhou de um telão instalado na Avenida Paulista.
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Durante o processo de impeachment, Janaína chamou a atenção pela força e estridência com que defende seu ponto de vista. Em abril, fez um discurso inflamado no Largo São Francisco, quando girou a bandeira do Brasil e disparou frases como “vamos acabar com a República da Cobra!”.
Como está passando o dia de hoje?
Eu tenho a convicção de que estamos no caminho certo. Quando protocolamos o pedido de impeachment, em outubro de 2015, não tínhamos a certeza se iríamos conseguir. Foi legal ver as manifestações, perceber que os brasileiros abraçaram a causa. Não se trata se uma luta pessoal, mas nacional. O que eu mais escuto na rua são agradecimentos. As pessoas me mandam mensagens religiosas, seja de orixás ou salmos.
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Recebeu mensagens de apoio?
Eu me sinto um veículo dessas pessoas, fico tocada pelas mensagens de carinho. Houve quem ligou para o escritório oferecendo dinheiro, perguntando se eu precisava de recursos. Teve quem pediu para trabalhar de graça para mim. Um outro ofereceu serviços de segurança particular, para me proteger de eventuais ameaças. Todo esse processo me fez renovar a fé nas pessoas e em Deus.
Mas nem todo mundo se identifica com a senhora…
Eu sou isso aí, prefiro primar pela transparência. Eu me joguei de corpo e alma, e isso as pessoas sentiram.
A senhora tem desejo de se filiar a um partido?
Não. Se eu entrar em algum cargo, estaria amarrada às causas do partido. Não quero isso. Continuarei fazendo política da minha forma.
Quais são as suas primeiras impressões sobre Michel Temer?
O Temer precisa ser forte. Ele escolhe um ministro, depois volta atrás. Acho errado. O cara sempre esteve nos bastidores, precisa saber lidar com isso e mostrar as rédias. Tem que cortar cargos, ministérios… Ele não pode mexer nos projetos sociais.
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