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Notas Etílicas - Por Saulo Yassuda

Por Saulo Yassuda Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
O jornalista Saulo Yassuda cobre cultura e gastronomia. Faz críticas de bares na Vejinha há dez anos. Dá pitacos sobre vinhos, destilados e outros assuntos
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Sem energético e música eletrônica, Amargot quer fugir do rótulo de “bar do Itaim”

Catálogo de “clássicos que não queremos fazer”, por exemplo, elenca pedidas como gim com energético

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8 jul 2022, 21h04
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  • O Amargot se mostra um bar com posicionamento. A causa defendida ali é a democratização da coquetelaria. É o que gostam de bradar os sócios Gabriel Queiroz, o Gabico, e César Ferreira. Misturas bobas como gim com energético, por exemplo, são relegadas à lista de “clássicos que não queremos fazer” — a mesma que inclui drinques considerados trabalhosos por eles, como o mojito —, todos a (intencionalmente dolorosos) R$ 50,00.

    Esse cardápio, criado por Gabico com o consultor Sylas Rocha, tem também as seções “para quem já gosta” e “para quem quer gostar”, essas com pedidas de, no máximo, R$ 35,00 (ufa!). A primeira tenta satisfazer bebedores experientes, com quatro variações de negroni e outras releituras, caso do old fashioned à moda da casa (R$ 35,00), de rum, licores Frangélico e de cereja e Angostura, que ganharia mais pontos com um pouco menos de diluição. Da ala destinada a iniciantes, há opções mais diretas, como o bom caraíva spritz (a bebida Netuno Gengibre e soda de cambuci com limão-siciliano; R$ 29,00). Dos clássicos que o bar não crucifica, vale escolher o daiquiri (R$ 35,00), feito ali com um rum envelhecido. É ótimo.

    Drinque amarelo translúcido com rodela de fruta cítrica em taça, à frente de um estofado de couro.
    Daiquiri: um dos drinques da carta (Clayton Vieira/Veja SP)

    Não dispense uma das comidinhas triviais para forrar o estômago, como a saborosa porção de mini-coxinhas com ketchup de amora feito lá mesmo (R$ 36,00, dez unidades). O espírito ali é de “relax”, ainda que o salão seja arrumadinho (os respingos de tinta vermelha, nas paredes, são propositais), e o sistema adotado, o de comanda individual de boate. A galera, numa faixa que vai dos 25 aos 35 anos, curte também beber na calçada, em clima de happy hour.

    O som, comandado por DJs de quinta a sábado, é da brasilidade. Acontece, às vezes, de o público sugerir um som eletrônico mais comercial, mas os funcionários, gentilmente, explicam: essa não é a proposta. Eis, enfim, um bar do Itaim Bibi sem tanta cara de bar do Itaim Bibi. Em frente, funciona a balada Mahau, dos mesmos proprietários, onde o “tuntz-tuntz” faz sucesso e o drinque favorito dos frequentadores, adivinhe, é gim com energético. Ironias da vida.

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    Confira a carta do Amargot aqui .

    Avaliação: BOM (✪✪✪)

    Amargot
    Rua Professor Atílio Innocenti, 229, Itaim Bibi. Não tem telefone. Terça e quarta das 18h até 1h; quinta a sábado das 18h até 2h; fecha domingo e segunda.
    Tem acessibilidade.
    Instagram: @amargotbar. Aberto em 2022.

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    Publicado em VEJA São Paulo de 13 de julho de 2022, edição nº 2797

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