Memórias do Vinho (Per Baco), em cartaz a partir de sábado (3), no Teatro Vivo, traz a figura paterna para o centro da narrativa. No texto de Maurício Guilherme e Jandira Martini — o último escrito pela autora e atriz antes de sua morte, em janeiro —, um pai reencontra o filho após anos. Sua coleção de vinhos é vista pelo mais novo como uma chance de sair da ruína financeira, mas o encontro ganha novos rumos quando segredos são revelados, em parte num diário do pai.
“É uma peça muito bem escrita, com personagens com muitas camadas”, celebra o diretor, Elias Andreato. Herson Capri, que interpreta o enófilo, concorda: “É um dos melhores textos da minha vida”.
O grande mediador dos humores é o vinho, que ora representa o prazer e o conhecimento, ora a dor e a ausência de filtros. A bebida, ao mesmo tempo que os aproxima, também os afasta. “O vinho vai desvendando essa relação, a cada brinde uma nova revelação”, explica Caio Blat, no papel do filho. “O deus do vinho é o mesmo do teatro. A peça é uma grande homenagem a Baco”, sintetiza.
“É uma relação que envolve rejeição, intolerância, discordância política. Todos nós já vivemos isso”, completa o diretor. (70min). 12 anos.
Teatro Vivo. Avenida Chucri Zaidan, 2460, Vila Cordeiro, ☎ 3430-1524. → Sex. e sáb., 20h. Dom., 18h. R$ 150,00 (com cota de preço popular a R,00). Até 15/9. vivo.com.br.
Publicado em VEJA São Paulo de 2 de agosto de 2024, edição nº2904