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Vinho e Algo Mais

Por Por Marcelo Copello Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Especialista na bebida, Marcelo Copello foi colunista de Veja Rio. Sua longa trajetória como escritor do tema inclui publicações como a extinta Gazeta Mercantil e livros, entre eles "Vinho e Algo Mais" e "Os Sabores do Douro e do Minho", pelo qual concorreu ao prêmio Jabuti
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Procura por vinhos de pequenas origens europeias aumenta no Brasil

A chamada "premiunização" é uma das tendências no mercado de vinhos brasileiros. Entenda

Por Marcelo Copello
16 ago 2024, 06h00
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  • Uma das tendências do momento no mercado do vinho no Brasil é a chamada “premiunização”. A expressão se traduz como uma sofisticação dos consumidores, que estão comprando vinhos de uma faixa de preço um pouco mais alta, situada entre o que chamamos de baixo custo e os de luxo.

    Esse aparente amadurecimento dos fãs da bebida aponta para um crescimento dos vinhos europeus. É uma tendência que vem de vários anos e aumenta gradualmente. Muitos importadores estão focando, cada vez mais, em atender essa demanda, incrementando seus portfólios com garrafas dessas origens.

    O brasileiro está entendendo mais do assunto, viaja mais, em especial no pós-pandemia, e por conta disso começou a conhecer mais a produção do chamado Velho Mundo. Afasta-se assim das etiquetas mais comerciais e conhecidas para explorar rótulos de regiões menos famosas, mas ricas em história e qualidade. Essa busca por novas experiências abre portas para vinhos de pequenas origens europeias.

    Até há bem pouco tempo, apenas a uva funcionava como guia. Hoje, mais pessoas estão descobrindo as microrregiões da Europa. Na França, por exemplo, há boas descobertas de subregiões como Faugères, Minervois, saint-Chinian, Corbières ou Fitou (todas do Languedoc); Bandol (Provence); Cahors e Madiran (sudoeste); Chinon, Saumur e Bourgueil (Loire); Gigondas (Rhône).

    Na Itália, um universo. Uns poucos exemplos: Etna (Sicília); Gavi (Piemonte); Sagrantino di Montefalco (Umbria); Valtellina (Lombardia); Roso Conero (Marche); Collio (Friuli); Aglianico del Vulture (Basilicata); Vernaccia di San Gimignano (Toscana).

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    Na Espanha, inúmeras possibilidades, começando pelo nordeste com Bierzo, Ribeira Sacra, Rías Baixas, Valdeorras (Galícia); Montsant, Costers del Segre, Terra Alta (Catalunha); Toro e Cigales (Castilla y León); Campo de Borja (Aragón); Jumilla e Yecla (Murcia); Utiel-Requena (Valencia); além dos vinhos de Madrid.

    Portugal, embora geograficamente menor e com vinhos mais conhecidos dos brasileiros, ainda guarda surpresas como Tejo, Península de Setúbal, Lisboa, Bucelas, Beira interior ou Algarve. O mercado nacional está em um momento de descobertas. O interesse pelas pequenas DOCs europeias é um reflexo de um consumidor mais informado e exigente, que busca autenticidade, qualidade e novas experiências sensoriais.

    Grosso Agontano Riserva 2016 Do produtor Garofoli, um D.O.C. Rosso Conero, da região do Marche, no centro da Itália, elaborado 100% com a casta montepulciano, com passagem de doze meses por barris de carvalho. Cor rubi bastante escura. Aroma intenso de cereja, madeira, chocolate, tabaco, pimenta. Paladar encorpado, com boa presença de taninos e acidez, elegante e gastronômico. R$ 449,90, na Grand Cru.

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    Fariña Edicion Limitada Crianza 2020 Da Bodegas Fariña, de Toro, na Espanha. Elaborado com tinta de toro (tempranillo) e garnacha, com oito meses em barrica de carvalho americano. Rubi escuro. Aroma de frutas vermelhas, morango, tabaco, chocolate, baunilha, cravo. Paladar de médio-bom corpo, com taninos doces, 14% de álcool, acidez média. Bom conjunto. R$ 176,35, na Wine.

    Viñas de Paniza Gran Reserva 2017 Da Bodegas Paniza, na D.O. Cariñena, no noroeste da Espanha. Elaborado com a casta cariñena (que dá nome a região), com passagem por madeira. Aromas de cereja, framboesa, chocolate, figo, cravo, café. Paladar de médio-bom corpo, com taninos macios, acidez moderada. R$ 119,90, na Evino.

    Arcane L’Hermite Gigondas 2016 Do produtor Xavier vignon, elaborado com 80% grenache, 7% mourvèdre e 5% syrah, da excelente safra de 2016, com estágio de doze meses em barricas. Aroma rico, complexo, com muitas especiarias, tabaco, amora, chocolate amargo, defumados, alcaçuz. Paladar encorpado e muito macio, acidez moderada e equilibrada. Delicioso. R$ 609,90, na Grand Cru.

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    Publicado em VEJA São Paulo de 15 de agosto de 2024, edição nº 2906.

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