Embora o vinho seja uma bebida para o ano inteiro, por sua grande diversidade de tipos e estilos, é no inverno que o consumo tem seu pico no Brasil. Com a chegada das temperaturas mais baixas, há um convite natural para desfrutar de momentos aconchegantes e contemplativos, e o vinho se revela como o companheiro perfeito para essas ocasiões.
O inverno traz consigo uma atmosfera de serenidade e recolhimento, convidando a buscar conforto em pequenos prazeres. E não há prazer mais gratificante do que degustar um bom tinto, deixando-se envolver por seus aromas sedutores e sabores cativantes. seja em um jantar romântico, em uma reunião íntima entre amigos ou, mais idilicamente, em frente à lareira, a bebida dá um toque de sofisticação aos momentos compartilhados.
Embora o gosto do enófilo brasileiro seja cada vez mais eclético, o estilo campeão de vendas de norte à sul ainda é o tinto encorpado, amadeirado e alcoólico. Ainda que muitos amantes do vinho ignorem os termômetros e consumam esses vinhos o ano todo, é no inverno que este perfil é mais procurado.
Além disso, é nesta estação que buscamos pratos mais untuosos, que harmonizam com estes tintos de preferência nacional. É a hora de abrir aquelas opções com 15% de álcool ou mais, que seriam impraticáveis no verão, mas que no inverno aquecem como uma luva. Que tal desarolhar aquele amarone, guardado na adega, para sua paleta de cordeiro que está saindo do forno?
Muitos ficarão de água na boca com aquele tannat uruguaio, em estilo tradicional, com taninos saindo pela orelha, de braços dados com aquela feijoada completa, de porco presente, da orelha ao rabo.
Pode também ser a hora de pedir ao garçom aquela costelinha suína ao molho barbecue, com uma bem servida taça daquele syrah australiano, que há quem chame de picolé de carvalho tamanha a intensidade da madeira. Ou aquele malbecão, denso e potente, para escoltar aquele impressionante tomahawk de 1 quilo e meio com batatas rústicas.
Não esqueça daquele complexo tempranillo espanhol, com 24 meses em carvalho americano, que ficará lindo na foto com um rabo de toro, o rabo do boi cozido em vinho tinto.
Tenuta Sant`Antonio Amarone Della ValPolicella 2018 Um amarone da vinícola Tenuta sant’Antonio, corte de corvina, rondinella e oseleta, com 24 meses em barricas de carvalho francês de 500 litros. Cor vermelho-granada. Aromas de frutas vermelhas, passas, muitas ervas. Paladar encorpado, com taninos moderados, acidez alta, 15% de álcool! R$ 376,35, na Wine.
Repasso Malbec 2021 Da Bodega Renacer, de Mendoza, 100% malbec, elaborado pela técnica italiana do ripasso, com parte fermentada em inox e depois misturada ao bagaço de uvas desidratadas usadas em outro vinho. Amadurece em barricas de carvalho francês. Rubi violáceo escuro. Aroma de frutas vermelhas, ervas, passas. Paladar de bom corpo, taninos firmes, boa acidez, 13,5% de álcool, ponta de doçura. R$ 219,90, na Evino.
Pago De Los Capellanes Reserva 2019 Da bodega Pado de los Capellanes, em Ribera del Duero, Espanha, 100% tempranillo, com dezenove meses em barricas de carvalho francês. Cor rubi escura. Aromas de amoras, couro, tabaco, muitas especiarias, baunilha, chocolate. Paladar encorpado, com boa densidade, taninos firmes, boa acidez, nada menos que 15% de álcool. Para guarda. R$ 669,90, na Grand Cru.
Yacochuya Malbec 2016 Da vinícola san Pedro de Yacochuya, 100% malbec de vinhas de mais de 100 anos, com dezoito meses em barricas novas de carvalho. Cor violácea profunda. Aroma complexo com boa concentração de fruta, ameixas, cassis, café, carvalho novo. Paladar muito encorpado, massudo, com indiscretos 15,6% de álcool, boa acidez, grande estrutura de taninos doces, muito longo. Um expoente no estilo, para longa guarda. R$ 929,90, na Grand Cru.
Publicado em VEJA São Paulo de 28 de junho de 2024, edição nº 2899
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