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Vinho e Algo Mais

Por Por Marcelo Copello Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Especialista na bebida, Marcelo Copello foi colunista de Veja Rio. Sua longa trajetória como escritor do tema inclui publicações como a extinta Gazeta Mercantil e livros, entre eles "Vinho e Algo Mais" e "Os Sabores do Douro e do Minho", pelo qual concorreu ao prêmio Jabuti

Brunello di Montalcino, célebre vinho italiano, está com força total

Conheça o rótulo da safra 2018 número 1 de ranking da revista americana Wine Spectator. É da vinícola de um brasileiro

Por Marcelo Copello
29 mar 2024, 06h00
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Rótulos: Brunello di Montalcino (Divulgação/Divulgação)
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Entre as muitas listas e rankings de vinhos, talvez a de maior impacto no mercado seja o top 100 da revista americana Wine Spectator. O vinho que ocupa o lugar mais alto desse pódio é chamado de Wine of the Year e costuma ter seu preço e vendas catapultados por ele.

Em sua edição mais recente, divulgada no fim de 2023, a posição foi ocupada pelo Brunello di Montalcino 2018 da vinícola Argiano (R$ 1  030,00 pelo WhatsApp 3623-2280), que pertence ao carioca André Esteves, sócio do banco de investimentos BTG Pactual. Tenho acompanhado a Argiano, representada no Brasil pela importadora Inovini, e, desde que foi comprada por Esteves, em 2013, a ascensão na qualidade tem sido notável.

Os Brunello di Montalcino são um fenômeno relativamente recente. Regulamentados como DOC em 1966, esses rótulos viriam finalmente a ser elevados à categoria de DOCG em 1980 (denominação de origem controlada e garantida).

As vendas da região, então, decolaram nos anos 80, e foi graças ao mercado americano. A fama destes tintos na América do norte foi capitaneada pela vinícola Banfi, uma das maiores da região e que foi adquirida por John e Harry Mariani, dois irmãos americanos, em 1978. A partir do trabalho da Banfi nos EUA, de marketing, de qualidade e de estilo (adaptado ao gosto americano), esses tintos ganharam o mundo.

Hoje, o nome Brunello di Montalcino é um dos mais importantes entre os vinhos italianos e com um estilo definido — com boa estrutura de taninos e acidez, encorpado e complexo. Por lei, chegam ao mercado não antes de quatro anos após a safra (hoje no mercado os mais jovens são os 2020) e mesmo os simples alcançam seus dez anos de guarda. Alguns dos melhores exemplares, de mais raça e das safras superiores, podem viver bem por trinta anos, em alguns casos até mais.

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Este tipo de vinho precisa ser colocado em um decanter ao menos uma hora antes de ser servido, para que o líquido respire e os aromas se mostrem. Pelo mesmo motivo, taças de tamanho grande são bem-vindas.

Para acompanhá-los, o indicado são as carnes vermelhas com molhos intensos. Cogumelos e trufas são boas escolhas, assim como caças como javali. Uma harmonização clássica seria um Brunello di Montalcino com o prato mais emblemático da Toscana, a bistecca alla fiorentina.

San Crispino Brunello di Montalcino 2018

Do produtor Castellani, que elabora vinhos por toda a itália. Feito com 100% sangiovese grosso, com 24 meses em barricas de carvalho. Rubi-granada entre claro e escuro. Aroma de médio ataque, com frutas vermelhas maduras, alcatrão, couro, balsâmico, notas terrosas. Paladar de médio corpo, 14% de álcool. Um Brunello para o dia a dia. R$ 299,90 na Evino.

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Brunello di Montalcino Il Poggione 2017

Passa 24 meses em barricas de carvalho francês. Granada entre claro e escuro. Aroma complexo, elegante e intenso, com frutas maduras, couro, tabaco, anis, balsâmicos, defumados, alcaçuz. Paladar encorpado e elegante, taninos estruturados e finos, ótima acidez. 14,5% de álcool. Um grande Brunello, com estrutura e finesse, para guarda. Bom para a bisteca. R$ 499,90 na Evino.

Publicado em VEJA São Paulo de 29 de março de 2024, edição nº 2886

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