Vídeo: A influência italiana na culinária brasileira
O interesse pela cozinha do Brasil ultrapassa as fronteiras nacionais. Pude constatar essa curiosidade na palestra “A influência italiana na culinária brasileira” que dei em Roma quase no fim do ano passado, a convite da Embaixada Brasileira, e da qual é possível acompanhar um trechinho em vídeo anexado neste post. Essa apresentação fazia parte de […]
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O interesse pela cozinha do Brasil ultrapassa as fronteiras nacionais. Pude constatar essa curiosidade na palestra “A influência italiana na culinária brasileira” que dei em Roma quase no fim do ano passado, a convite da Embaixada Brasileira, e da qual é possível acompanhar um trechinho em vídeo anexado neste post. Essa apresentação fazia parte de um grande evento intitulado Brasil!, com duração de uma semana e organizado pelo diplomata Marco Antonio Nakata com execução de seu colega Caio Flávio de Noronha.
Tive a honra e o privilégio de apresentar na noite de 22 de setembro, um domingo, a uma plateia pagante e composta basicamente de italianos interessados na influência que os imigrantes tiveram na culinária brasileira. Uma influência tão grande que fez do tomate e do molho feito com ele um item tão essencial em nossa dieta quanto o macarrão e a pizza. Claro que ao trazerem suas receitas quando começaram a vir massivamente para trabalhar na lavoura a partir do fim do século XIX, esses oriundos tiveram de fazer muitas adaptações. Faltavam produtos simples, como manjericão. A solução foi recriar pratos, que de italiano, vero, têm só o nome. Exemplos não faltam, entre os mais conhecidos estão o molho à romanesca, inventado no Gigetto, por Giovanni Bruno, e a versão paulistana do polpettone à parmigiana criada por Antonio Buonerba no Jardim de Napoli.
O local escolhido para esse encontro não poderia ser melhor: o Auditorium Parco della Musica, projetado pelo arquiteto Renzo Piano no Parioli, um charmoso bairro residencial. Trata-se um belo conjunto de prédios dedicado às artes. Nesse complexo, funcionam salas para concertos, shows, cinema e conferências, além de livraria, biblioteca e museu. Ali, se apresentam algumas das maiores orquestras do mundo e astros internacionais do pop e do rock. Dias antes da minha palestra e dentro da mesma programação Brasil!, a mesma Sala Ospiti onde falei por pouco mais de uma hora foi ocupada pelo ensaísta Benjamin Moser, que tratou do universo da escritora Clarice Lispector. Em seguida à minha apresentação estava programado um concorrido show de Adriana Calcanhotto (assisti em pé de tão lotado que estava o auditório).
Essa não foi a primeira vez viajei ao exterior a convite do Itamaraty para falar sobre cozinha brasileira. Em 2008, fui a Moscou para participar das comemorações dos 200 anos de relações comerciais entre Brasil e Rússia – sim, os laços mercantis vêm desde o tempo em que ainda éramos vice-reino de Portugal, logo depois da chegada da família real. Essa primeira palestra foi uma experiência extraordinária. A apresentação aconteceu no Centro de Idiomas de Moscou em uma tarde fria, mas ensolarada de novembro. Mas a segunda palestra foi ainda mais emocionante, uma vez que a Itália é a maior influência à mesa para quem vive em São Paulo. Além disso, sou descente de italianos, o que torna essa emoção ainda mais forte.
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