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Blog do Lorençato

Por Arnaldo Lorençato Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O editor-executivo Arnaldo Lorençato é crítico de restaurantes há mais de 30 anos. De 1992 para cá, fez mais de 16 000 avaliações. Também comanda o Cozinha do Lorençato, um programa de entrevistas e receitas. O jornalista é professor-doutor e leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie

O fim de um ótimo restaurante de cozinha autoral

Tête à Tête, do chef Gabriel Matteuzzi, fecha as portas definitivamente

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Atualizado em 20 jan 2022, 14h33 - Publicado em 3 abr 2018, 17h51
bochecha ao vinagrete do cozimento da própria carne com cebola, azedinha e pimenta-biquinho - Tête à Tête (Mario Rodrigues/Ligia Skowronski/Veja SP)
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Quando parou para as férias coletivas em 31 de dezembro, o Tête à Tête continuava entre os melhores restaurantes de São Paulo, terceiro colocado entre os representantes de cozinha de autor na cidade, superado apenas pelo D.O.M. e pelo Maní, dois gigantes. Não se sabia, porém, que lhe faltava vigor financeiro. O número de clientes não era suficiente.

Como não reabriu, mantive frequentes conversas com chef e sócio Gabriel Matteuzzi sobre a volta do restaurante. Nesse período, ele tentou encontrar um sócio-investidor para tocar o Tête à Tête. “Infelizmente, a possível entrada do novo investidor não se concretizou”, lamentou-se o cozinheiro na conversa que tivemos hoje por telefone. “Não tinha mais como protelar.”

Uma pena. Saem de cena, além de ótimos menus degustação, criações como o bombom de foie gras com cassis, a bochecha bovina ao vinagrete com cebola, azedinha e pimenta-biquinho, o peixe do dia na brasa com emulsão de batata-doce-roxa, vinagrete de banana-da-terra e folhas de dente-de-leão.

bombom de foie gras com cassis –  Tête à Tête
Uma das receitas de Matteuzzi: bombom de foie gras com cassis (Ligia Skowronski/Veja SP)

Não é, entretanto, a primeira vez que o Tête à Tête sucumbe. Em 2008 e com apenas 32 anos, Matteuzzi montou o restaurante original na Rua Bahia, 480, em Higienópolis.

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A partir de técnicas francesa e espanhola, ele elaborava o camarão na minimoranga ao molho de leite de coco coberta por emulsão de azeite ao coentro, de sotaque brasileiro, e a costeleta de cordeiro assada com chutney de tomate, cebolinha sautée e berinjela confit, de jeitão moderno.

Embora não faltassem predicados aos pratos de seu menu, pouco mais de um ano. Nesta temporada nos Jardins, resistiu por quase três.

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