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Blog do Lorençato

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O editor-executivo Arnaldo Lorençato é crítico de restaurantes há mais de 30 anos. De 1992 para cá, fez mais de 16 000 avaliações. Também comanda o Cozinha do Lorençato, um programa de entrevistas e receitas. O jornalista é professor-doutor e leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie

O badalado chef Rodrigo Oliveira fecha mais uma de suas casas

Depois do Esquina Mocotó, a baixa foi num estabelecimento instalado em um dos pontos mais concorridos da capital paulista

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Atualizado em 20 jan 2022, 15h15 - Publicado em 31 mar 2019, 11h26
Mocotó Café, no Mercado Municipal da Cantareira: fechou em fevereiro (VEJA SP/Veja SP)
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Com fãs incondicionais por toda a cidade, o Grupo Mocotó vinha ensaiando um crescimento  intenso para atender tantos interessados na culinária brasileira com foco no Nordeste, proposta pelo chef Rodrigo Oliveira. O fôlego expansionista, porém, enfrentou sua baixa mais recente. O Mocotó Café,no Mercado Municipal da Cantareira, cuja abertura em setembro de 2018 noticiada em primeira mão aqui no blog, fechou as portas definitivamente no fim de fevereiro. Durou menos de seis meses.

O público que circula pelo famoso Mercadão deu as costas aos famosos dadinhos. Nem as críticas positivas que saíram na imprensa, como a avaliação da repórter de Comidinhas de Veja São Paulo, Gabrielli Menezes, motivou a clientela, formada basicamente por turistas. E não faltavam bons pratos como o ensopado de leite de coco feito com peixe fresquinho, do próprio Mercadão. 

Mocotó Café Mercadão
Pratos como a ótima peixadinha: não foram suficiente para atrair a clientela (Ricardo D'Angelo/Divulgação)

“É uma pena, um pesar. A gente percebeu que a operação ia demorar muito para fechar [a conta]. Foi fácil perceber o porque ao comparamos com operações saudáveis dos cafés do Mercado Municipal de Pinheiros e do Shopping D“, diz o chef. “O resultado contrariou nossas expectativas pela relevância do local e pelo fluxo de pessoas. Não atendemos as expectativas dos turistas, que querem comer bolinho de bacalhau e sanduíche de mortadela.”

De acordo com o chef, o ponto era ótimo e os indicadores apontavam para o sucesso antes da abertura. Estavam no térreo, atrás da famosa banca do Juca. Mas a unidade do Mercadão faturava 1/3 das outras duas. Quem faz coro à decisão do cozinheiro é sua mulher, a historiadora Adriana Salay. “A gente fez uma leitura irreal do público e apesar de um pequeno crescimento nesses poucos meses, ainda iria demorar muito para equilibrar a operação”, diz.

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Nos cálculos de Oliveira, a perda com a operação foi em torno de 200.000 reais. E lembra que os equipamentos adquiridos continuam do Grupo Mocotó. O chef-empresário mostra-se otimista apesar do revés. “Aproveitamos 90% da equipe e estamos nos preparando para abrir em um novo ponto. Só não sabemos onde ainda.”

O resultado contrariou nossas expectativas pela relevância do local e pelo fluxo de pessoas. Não atendemos as expectativas dos turistas, que querem comer bolinho de bacalhau e sanduíche de mortadela

Essa não é a primeira baixa do Grupo Mocotó. Logo depois de ser premiado como o melhor restaurante brasileiro da cidade pela edição especial Comer & Beber em setembro de 2018, o cinco-estrelas máximas Esquina Mocotó, fechou as portas (leia mais sobre a devolução do prêmio clicando aqui). Oliveira teve de devolver o prêmio e o lugar de número 1 passou ao novato Vista, com receitas de Marcelo Corrêa Bastos, titular também do Jiquitaia.

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Sobre o Esquina Mocotó, Oliveira lembra que foi uma situação completamente diferente. O restaurante era um sucesso de crítica, multipremiado. “um marco para nós”, diz Oliveira. Tinha formado um público que se dirigia de todas as partes da cidade para a Zona Norte para provar as criações do cozinheiro, sempre em mudança. Embora ele não comente, o Balaio IMS, montado no térreo do Instituto Moreira Salles em 2017 na Avenida Paulista, aparecia como concorrente mais central do Esquina. Isso também deve ter pesado.

Esse fechamento, que como qualquer outro também envolve questões econômicas, é pontuado dessa forma pelo chef. “Para continuar evoluindo, o Esquina Mocotó teria de ficar cada vez mais exclusivo e queríamos justamente o contrário disso”, garante. Tanto que a proposta é ter no lugar o que ele chame de fast-good, um fast-food de qualidade que teria inclusive hambúrguer. A ocupação do ponto do Esquina Mocotó, ao lado do megasucesso Mocotó, ainda demora um pouco. “Estamos trabalhando bastante nisso, agora que passou a fase do desapego”, diz.

Na conversa que tive com Oliveira, houve ainda tempo para comentar outra investida de sucesso do grupo Mocotó, o sistema de entrega em domicílio, mais conhecido pela palavra inglesa delivery. “A gente relutou em aderir ao delivery, mas há uns quatro meses fomos procurados por uma pessoa do iFood, que queria oferecer o sistema de entregas na Zona Norte. Acabamos topando. Desenvolvemos, então, uma linha de embalagens especiais e uma nova cozinha que não interfere na operação do restaurante. O delivery se tornou um sucesso. Tanto que queremos dividir as unidades do nosso plano de expansão em café express e delivery”, comemora.

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Com reportagem de Gabrielli Menezes

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