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Blog do Lorençato

Por Arnaldo Lorençato Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O editor-executivo Arnaldo Lorençato é crítico de restaurantes há mais de 30 anos. De 1992 para cá, fez mais de 16 000 avaliações. Também comanda o Cozinha do Lorençato, um programa de entrevistas e receitas. O jornalista é professor-doutor e leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie

Restaurante especializado em pratos com mandioca chega ao centro de SP

Nova casa de cozinha brasileira, na Vila Buarque, tem proprietária estreante no fogão profissional e inauguração para o público marcada na segunda (23)

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Atualizado em 20 jan 2022, 14h14 - Publicado em 16 jul 2018, 11h56
Cozido da vó Nenzinha:, ensopado de legumes e carnes bovina e suína mais pirão (Tadeu Brunelli/Divulgação)
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Restaurantes especializados em um tipo de ingrediente ou receita estão espalhados por toda a cidade. Basta olhar para as churrascarias, as pizzarias e as temakerias. O novo Mandioca Cozinha escolheu para chamar de sua a raiz brasileira, conhecida também como aipim, macaxeira e maniva, entre tantos outros nomes. Idealizado pela pernambucana Maria Eduarda Melo, a Madu, que faz sua estreia diante do fogão profissional, o restaurante deve ser aberto na sexta (20) para convidados e para a clientela na segunda (23). Fica na minúscula Vila Buarque, bairro que quase desapareceu ao ser engolido por Higienópolis e Santa Cecília.

Formada em marketing e egressa de multinacionais e uma empresa de bebidas, Madu tirou um período sabático de seis meses para viajar e visitou 14 países, tendo a gula como missão. Sempre que chegava a um novo local, ia restaurantes estrelados pelo guia francês Michelin e pela revista inglesa Restaurant. Foi o que a ajudou na decisão de trocar o escritório pela cozinha. “Sempre tive paixão por cozinhar, mas nunca tinha feito nada na área de gastronomia”, conta. “Para ajudar, participei de alguns cursos rápidos no Senac, na Escola Wilma Kovesi e no Instituto Brasil a Gosto”.

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Madu Melo: da carreira em marketing para cozinha (Azevedo Lobo/Divulgação)

Como a mandioca é uma matéria-prima de unidade nacional, a cozinheira pretende demonstrar a versatilidade do ingrediente na panela e como é apreciado Brasil afora. Assim, além da própria raiz in natura usa derivados como farinhas, polvilhos, tapioca, beiju e caldos. “Sou nordestina, sempre convivi com a macaxeira em minha casa”, diz. “É também uma forma de resgatar o orgulho de ser brasileiro. Na Austrália, vi uma campanha publicitária com um tomate gigante, que dizia: plantado em terras australianas, por australianos e para australianos. Por que não a mandioca no Brasil? Ela está na nossa mesa o tempo todo e muitas vezes a gente nem percebe. É essencial no pão de queijo, por exemplo.”

Dentro de uma cartilha moderninha, o menu do restaurante de almoço traz sugestões veganas e vegetarianas, sem glúten e preferencialmente orgânicas. Complementa-se com vinhos, cervejas e bebidas alcoólicas como a tiquira, aguardente da raiz brasileira.

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Mandioca_Cozinha_ Fachada
Fachada do restaurante: localizado no térreo de um prédio residencial (Vitor Loschiavo/Divulgação)

No cardápio, encontram-se pedidas como a delícia do Uarini (peixe assado na folha de couve regado com tucupi na companhia de farofa de farinha amazônica da cidade de Uarini), o porco sulista (filé-mignon suíno à moda dos pampas com farofa de pinhão e abóbora assada com mel) e o cozido da vó Nenzinha (ensopado de legumes com carnes bovina e suína mais pirão). Dona Maria Auxiliadora serviu de inspiração para a neta. Os preços soam atraentes ao ouvido: de 29,90 reais (prato do dia de segunda a sexta) a 45 reais o mais caro.

Na linha dos petiscos, há o MPM (moela de galinha com pão caseiro de mandioca e molho), o caribéu pantaneiro (ensopado de mandioca e carne de sol), beiju com dips (casquinhas de tapioca com vinagrete de maxixe apimentado e homus de pinhão) e o purê assado, um bolinho vegano de purê de mandioca apimentado, empanado e assado.

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As sobremesas seguem o mesmo estilo e incluem a tapioca de coco fresco ralado, ensopada no leite de coco e adoçada com mel orgânico e o clássico sagu de vinho tinto com creme de baunilha.

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Ambiente industrial: obrigatório na maioria dos restaurantes que abrem na capital (Vitor Loschiavo/Divulgação)

Aberto ao meio-dia e localizado bem em frente ao conjunto de edifícios tombados da Santa Casa de Misericórdia, o Mandioca Cozinha não tem garçons nem cobra taxa de serviço. Cabe ao cliente realizar o pedido direto no caixa e levar os itens escolhidos à mesa. Por enquanto, não tem previsão de servir jantar.

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Com uma área de 161 metros quadrados projetada pelo jovem arquiteto Vitor Loschiavo com uma ambientação de industrial – sim, aqui também se adota o estilo porque parece que não existe outro visual para restaurantes que não seja esse em São Paulo –, é um investimento de 400.000 reais. “Tem canos aparentes e piso de cimento queimado, mas colocamos móveis de madeira e plantas penduradas no teto para não fica muito frio”, diz Madu. Uma mesa coletiva e um balcão com seis lugares completam o ambiente.

A conferir.

Mandioca Cozinha. Rua Doutor Cesário Mota Junior, 187, Vila Buarque, tel. 2936-9427 e 99282-7556 (WhatsApp). Só almoço de segunda a sexta, sábado e feriados.

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