Na sexta passada (4 de setembro), eu e Helena Galante entrevistamos a chef Paola Carosella para nosso programa semanal Bons de Garfos. A jurada impiedosa e esfíngica do MasterChef Brasil revelou-se uma personagem para lá de divertida, que sabe o que realmente gosta na vida: cozinhar.
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Confira quinze tiradas antológicas ditas por ela e assista ao vídeo acima. Ao final do post, republico o perfil que fiz dela quando ganhou o prêmio de chef do ano de VEJA COMER & BEBER cinco anos atrás.
Para eu participar de um reality, tenho algum talento que adquiri sendo cozinheira
A possibilidade de trabalhar na TV apareceu como uma pitada interessante após 23 anos de cozinha
Fazer TV é muito difícil. Não tem nada a ver com o talento de uma cozinheira. É outro trabalho duro
Os primeiros episódios da primeira temporada, não assisti. Tinha uma espécie de negação
Descobri uma coisa interessante na TV: você chega a um monte de pessoas
Nunca tentei reinventar a berinjela, nem transformar a cozinha brasileira
Meu estilo de cozinha é direto. O meu desejo sempre foi cozinhar aquilo que eu sei, aquilo que eu gosto
Sou meio professorita, eu gosto de cozinhar e ensinar
Eu nunca vou parar de cozinhar, mas não sei quanto tempo mais vou fazer TV
Sou muito irônica. Desde que cheguei no Brasil tenho problemas com a ironia. Os brasileiros são mais sensíveis. Tinham funcionários meus que choravam e eu não entendia. Havia feito apenas uma piadinha
Dá um pouco de pudor sair em tanta foto. Eu sou cozinheira
Não modero as minhas piadas. Se o melhor é não lapidar eu deixo o choro escorregar
O MasterChef não tem roteiro e, se ensaio, gaguejo
Criar um cardápio não tem nada a ver com o INSS. A estrutura burocrática de um restaurante é muito pesada
Ninguém vai ter um forno a lenha em casa nem quatro galinhas na sacada, mas quero recuperar a cozinha artesanal
O perfil que fiz de Paola quando recebeu o título de chef do ano de VEJA COMER & BEBER em 2010:
Chef do Ano
Paola Carosella (Arturito)
Da infância, Paola Carosella traz na lembrança os períodos passados ao lado dos avós, italianos que moravam nos arredores de Buenos Aires. A casa era simples, mas tinha um grande quintal com horta, galinheiro e criação de coelhos. Era farta a mesa, repleta de verduras frescas, massas e o frango dominical que ela ajudava a preparar. Ainda garota, assistia aos programas de TV de Doña Petrona, cozinheira-ícone da Argentina e autora de um livro homônimo que é o Dona Benta de lá. “Nunca pensei em fazer outra coisa a não ser cozinhar”, diz a portenha eleita chef do ano pelo júri de VEJA SÃO PAULO. A mãe, advogada, não opôs resistência à inclinação da filha. Pelo contrário, pagou-lhe um estágio no extinto restaurante suíço La Cave du Valais, então um dos poucos da capital argentina a aceitar mulher na cozinha. O passo seguinte foi mudar-se para Paris e aperfeiçoar-se em bistrôs de lá. De volta à Argentina, acabou na equipe do consagrado Francis Mallmann em restaurantes de Buenos Aires, Punta del Este e Mendoza. Foi Mallmann quem a chamou para ajudá-lo na inauguração do A Figueira Rubaiyat, em maio de 2001, um sucesso paulistano até hoje e do qual ela é consultora atualmente. Antes de abrir a premiada casa, Paola teve o Julia Cocina. No charmoso Arturito, lotado quase todas as noites (só abre para o jantar), Paola seduz com receitas como o tenro ojo de bife tostado por fora e o dourado coelho cozido lentamente junto de espaguetine verde com cogumelo pleorotus. “Minha intenção não é surpreender paladares com minha cozinha, mas fazer boa comida”, diz. “Se isso acontece, é porque estou fazendo exatamente aquilo de que gosto”.
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