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Blog do Lorençato

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O editor-executivo Arnaldo Lorençato é crítico de restaurantes há mais de 30 anos. De 1992 para cá, fez mais de 16 000 avaliações. Também comanda o Cozinha do Lorençato, um programa de entrevistas e receitas. O jornalista é professor-doutor e leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie
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La Frontera fecha as portas definitivamente

Restaurante quatro-estrelas pelo Comer & Beber não resistiu à crise financeira provocada pela pandemia do coronavírus

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Atualizado em 20 jan 2022, 14h24 - Publicado em 8 abr 2020, 22h20
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  • Há exatos 21 dias Ana Maria Massochi fechou a porta do La Frontera, em Higienópolis, com uma dúvida que a atormentou nessas três últimas semanas. A empresária, que também é dona da churrascaria Martín Fierro, na Vila Madalena, se questionava como poderia manter o ótimo restaurante de culinária variada, com quatro das cinco estrelas máximas de VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER, sem faturar. “Há dois anos as coisas não estavam boas no La Frontera, mas a conta fechava”, diz. “Agora, não dava mais.”

    Quando não entra nada, é um desespero. Se mantivéssemos o La Frontera, iria afundar o Martín Fierro

    Ana Maria Massochi, empresária

    Ana tomou uma decisão difícil: encerrar definitivamente as atividades da charmosa casa com amplos janelões numa ruazinha tranquila ao lado do Cemitério da Consolação. “Choro bastante, depois passa. É muito difícil. Penso em tudo o que fizemos nesses 14 anos”, lamenta-se. “Além disso, tínhamos um retorno bom da nossa clientela, sempre muito fiel, e de críticos como você Arnaldo, com quem quis falar em primeira mão.”

    A empresária dispensou todos os 24 funcionários. “Quando não entra nada, é um desespero”, explica. “Me dava vergonha porque a equipe é tão querida, mas se mantivéssemos o La Frontera, iria afundar o Martín Fierro. Perderia os dois.”

    Somente o chef Filipe Leite permaneceu. “Ele tinha reunido profissionais incríveis na cozinha”, elogia. “O Filipe está comandando o delivery do Martín Fierro [está sem operar o salão desde o dia 20]. Mas são poucos pedidos, cerca de 30 por dia. Espero poder mantê-lo”.

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    Do extinto estabelecimento, Ana conta que vai manter só o direito de uso da marca La Frontera. “Torço para que o dono do imóvel, que é alugado, o mantenha como está. Na reforma que fizemos para inaugurar há 14 anos, abrimos as janelas para rua. E tomara que o próximo inquilino seja um restaurante”, sonha.

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