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Blog do Lorençato

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O editor-executivo Arnaldo Lorençato é crítico de restaurantes há mais de 30 anos. De 1992 para cá, fez mais de 16 000 avaliações. Também comanda o Cozinha do Lorençato, um programa de entrevistas e receitas. O jornalista é professor-doutor e leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Banquete árabe e festa surpresa

  Existem histórias que acontecem comigo que quase parecem ficção. Anos atrás, visitei uma trattoria e sentei-me perto da cozinha. Naquele dia, faltara um dos cozinheiros e a proprietária e chef estava descontrolada. Tratava a equipe de forno e fogão aos berros. Ouvia-se tudo no salão. Para piorar, os pratos demoraram uma eternidade para chegar. Era […]

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Atualizado em 27 fev 2017, 13h16 - Publicado em 13 Maio 2011, 01h07
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    Quibe cru coberto por hortelã fresca (Foto: Arnaldo Lorençato)

    Existem histórias que acontecem comigo que quase parecem ficção. Anos atrás, visitei uma trattoria e sentei-me perto da cozinha. Naquele dia, faltara um dos cozinheiros e a proprietária e chef estava descontrolada. Tratava a equipe de forno e fogão aos berros. Ouvia-se tudo no salão. Para piorar, os pratos demoraram uma eternidade para chegar.

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    Era um rosto desconhecido no restaurante. Do nada, acredito que numa tentativa de se desculpar, o garçom que me atendia dispara: “Tá uma bagunça tão grande hoje que só falta um crítico aparecer por aqui”. Piada pronta, como diz José Simão.

    Hoje, aconteceu mais uma dessas situações inusitadas, embora em um clima muito harmonioso, bem diferente da história anterior. Fui almoçar no Monte Líbano, bom endereço árabe na sobreloja de um prédio da região da 25 de Março. Depois de enfrentar bravamente a Ladeira Porto Geral e galgar os lances de escada que separam o restaurante da rua, cheguei ao salão para lá de apertado por volta das 14h30.

    Eu e minha acompanhante pedimos o rodízio vip que dá direito a opções como o tenro espeto de cordeiro. É um banquete que começa com homus, babaganuche e coalhada seca. Prossegue com um quibe cru de primeira e inclui ainda bons charutinhos de repolho e um tabule com mais trigo do que eu gostaria.

    Para arrematar a refeição, escolhemos um malabie na calda de damasco e halawi de queijo. Antes tivéssemos pulados os doces. Ruim? Não, muito pelo contrário. Eu não sabia o que ainda estava por vir.

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    Enquanto pagava a conta, no valor de 159 reais, apareceram três moças que trabalham naquele pedaço. Tinham um presente nas mãos para dona Alice Maatouk, proprietária do restaurante. A senhora cheia de vigor deixou a cozinha onde estava trabalhando para recebê-las.  As amigas vieram parabenizá-la pelos 77 anos, completados hoje. De surpresa, a filha dela, Regina, responsável pela administração do restaurante, surgiu com um bolo de chocolate. Todos cantaram parabéns para dona Alice. Aproveitei para fazer uma foto com o meu celular.

    Dona Alice com a filha, Regina, na hora do parabéns (Foto: Arnaldo Lorençato)

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    Refeição terminada? Nada disso. Ganhamos uma fatia de bolo de chocolate. E ninguém imaginava que estava recebendo a visita de um crítico. Dá para acreditar?

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    A fatia de bolo recheado de brigadeiro sem leite condensado (Foto: Arnaldo Lorençato)

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