Aberto oficialmente em 14 de janeiro do ano passado, o Armanda (Alameda Franca, 1368 , Jardim Paulista) fechou em 29 de dezembro. Não chegou a completar um ano. Embora tivesse a interessante proposta de fazer cozinha contemporânea em porções normais e também em tamanho reduzido para que os clientes pudessem saborear um número maior de sugestões, a cozinha variava muito de padrão em sua fase inicial. Alguns pratos davam vontade de repetir, outros, de esquecer.
Na última das visitas que fiz ao Armanda, em agosto, os resultados estava bem melhores e mais uniformes. Tanto que inclui o restaurante na edição especial “Comer & Beber”. Lembro-me bem do beiju de tapioca crocante para ser saboreado com costela desfiada livre de gordura, da vieira com ervilha-torta ao molho de iogurte e do carré de cordeiro guarnecido de fettuccine ao molho de hortelã e tomatinhos. Pena que garçons mal treinados tivessem tanta dificuldade em explicar a composição das receitas.
Se a comida demorou a despertar o interesse, o ambiente do restaurante chamava a atenção desde o primeiro momento. O antigo casarão de esquina ganhou fachada de madeira clara e salões com charmoso ar de modernidade no projeto do arquiteto Naoki Otake, o mesmo do Kinoshita, Clos de Tapas e Attimo. Não havia como não notar, por exemplo, a bela adega junto ao bar montado em piso rebaixado.
Embora não tenham divulgado o valor do investimento, é certo que os proprietários tiveram um vultoso prejuízo. Coisa que poderia ter sido evitada se o foco fosse o essencial em um restaurante: a qualidade da cozinha e não a beleza dos ambientes.