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São Paulo do futuro: quais serão as tendências gastronômicas

Mais do que 'comida do momento', a gastronomia está adotando máquinas e movimentos culturais

Por Saulo Yassuda Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 24 jan 2019, 18h15 - Publicado em 24 jan 2019, 15h40
 (Marcelo Justo/Veja SP)
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MENOS POMPA

Nada de luxo ou salamaleques. O futuro da gastronomia, segundo especialistas ouvidos por VEJA SÃO PAULO, são os lugares mais descontraídos, sobretudo no serviço, mas com cuidado gastronômico. Esse movimento, que já acontece em São Paulo, ainda é recente e tende a se intensificar. Os menus degustação, de endereços de alto nível, podem estar ameaçados. A cozinha mais espontânea, com cardápios enxutos e pratos que variam todo dia, vai crescer.

VEGETARIANISMO

O movimento deve ganhar ainda mais força nos restaurantes. “Tenho visto, no Brasil e no mundo, pessoas com projetos bem bacanas nessa área”, conta a chef Helena Rizzo, que em seu premiado restaurante Maní, no Jardim Paulistano, prepara algumas receitas que dispensam as carnes. “O mundo vegetal oferece um outro espectro para ser trabalhado, tanto em criatividade quanto em proposta de cozinha.” Na mesma esteira, os estabelecimentos devem entrar com tudo na chamada alimentação saudável, com atenção às restrições da freguesia. “Veremos desde hambúrguer mais saudável até saladas cada vez mais gastronômicas”, acredita o empresário Ricardo Garrido, da Cia. Tradicional de Comércio. “Se olharmos para alguns mercados mais desenvolvidos nesse setor, como o da Costa Oeste americana, esse assunto é uma obsessão.”

DELIVERY MAIS RÁPIDO

As empresas do setor de entregas tendem a crescer ainda mais. Para aumentar a velocidade do delivery, a área tem investido em tecnologia e novas formas de transporte. Além de entregue por motos e bicicletas, a comida vai ser levada a pé (por que não?), de patinete ou por drone. O Uber Eats vem testando o artefato aéreo nos Estados Unidos, mas ainda não há previsão para a chegada da modalidade ao Brasil. Outra novidade são os armários. O iFood experimenta instalar em grandes empresas compartimentos com isolamento térmico. Os profissionais deixam a entrega guardada e vão embora antes mesmo de o cliente retirá-la, o que facilita a dinâmica.

MENOS ÁLCOOL, POR FAVOR

Não, não é que a clientela vai parar de beber nos próximos tempos. Mas os drinques com menor volume alcoólico devem ter mais vez nas cartas dos bons bares. Muitas dessas misturas levam vinhos fortificados, como o clássico adonis, com vinho xerez e vermute tinto.

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COZINHA TECNOLÓGICA

O uso de robôs pode surgir nos salões e cozinhas de restaurantes e bares. De acordo com um estudo do ano passado do americano Center for an Urban Future (Centro para um Futuro Urbano), há um potencial de 77% para o trabalho de garçons e garçonetes se tornar robotizado em Nova York. O número sobe para 87% se considerarmos também quem prepara alimentos, incluindo fast-food. Em alguns lugares do mundo, é possível ver o fenômeno, que ainda parece distante, acontecendo. Um caso é o Spyce, montado em Boston por estudantes do MIT em parceria com o chef Daniel Boulud, onde a comida é feita por máquinas.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 30 de janeiro de 2019, edição nº 2619. 

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