O PSDB da capital paulista vai apoiar os atos contra Jair Bolsonaro (sem partido) que serão realizados no dia 3 de julho, o próximo sábado. É a primeira vez que a legenda se posiciona em relação a manifestações de rua contra o presidente. Na capital, a concentração está marcada para a Avenida Paulista, com ponto de encontro no MASP.
Os protestos começaram no dia 29 de maio, ocorreram em maior volume no dia 19 de junho e deveriam se repetir somente em 24 de julho, mas foram antecipados para o dia 3, após o surgimento de suspeitas de irregularidades no contrato do governo federal para a compra da vacina Covaxin. Depois da repercussão do caso, o Ministério da Saúde suspendeu o acordo, que previa 20 milhões de doses do imunizante.
Movimentos sociais suprapartidários como a Frente Povo Sem Medo, a União Nacional dos Estudantes e a Coalizão Negra por Direitos começaram à frente. A segunda manifestação ganhou o apoio oficial de partidos como o PT, PSOL, PC do B e o Cidadania. Entre as pautas levantadas estão o impeachment de Bolsonaro, a compra de mais vacinas contra a Covid-19 e a prorrogação do auxílio emergencial de 600 reais.
“A gente estava muito no luto do prefeito Bruno Covas [1980-2021]. Mas chegou em um momento em que não dá mais para não se posicionar. Não consultei o diretório estadual ou nacional”, diz o presidente do diretório paulistano do PSDB, Fernando Alfredo, questionado sobre o motivo para a adesão somente na terceira manifestação.
“A extrema-esquerda e a esquerda sempre tiveram esse ímpeto [de ir para a rua]. Mas a questão é todos unirem esforços contra um governo negacionista. Estarei lá no sábado e estamos dialogando com partidos como o Cidadania. A ideia é todos nós irmos com as cores da bandeira [do Brasil] e pregar o momento de união em torno do que prezamos: a democracia e a vida”, explica Alfredo, que acredita que o PSDB deve levar cerca de 2 000 pessoas para a Paulista.