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“Há muito mais por vir”, diz britânico que investiga corrupção na Fifa

Autor do livro <em>Jogo Sujo</em>, o jornalista Andrew Jennings acredita que o cartola brasileiro preso na Suíça terá dificuldade para se livrar do processo

Por Pedro Henrique Tavares
Atualizado em 1 jun 2017, 16h50 - Publicado em 27 Maio 2015, 20h46
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  • Na noite passada, José Maria Marin estava dormindo em um hotel de luxo em Zurique, na Suíça. Nesta quarta (27), ele terá de passar a noite na cadeia. Foi assim que o jornalista britânico Andrew Jennings definiu a prisão do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol e de outros seis dirigentes da Fifa. “É só o primeiro dia da operação. Marin está envolvido nisso e em muitos outros escândalos. Há muito mais por vir”, declarou o autor do livro Jogo Sujo: O Mundo Secreto da Fifa.

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    A operação do FBI em conjunto com o Ministério Público suíço causou o banimento do cartola brasileiro e outros dez envolvidos no caso. Para Jennings, que há anos investiga casos de corrupção no mundo do futebol, a atitude do Conselho de Ética da Fifa não passa de pura encenação. “Joseph Blatter (atual presidente da entidade) criou este conselho apenas para agradar a opinião pública. Mas, na verdade, não serve pra nada, porque nem eles conseguem controlar o montante de dinheiro que é desviado lá dentro. Se existe uma coisa que eles não têm é ética.”

    Para o britânico, como Marin terá muita dificuldade para se livrar do processo, já que será julgado pela justiça americana. “Agora ele vai depender das leis dos Estados Unidos. Mas o importante é que, finalmente, ele está preso”, comemora Jennings.

    Marin e os outros seis dirigentes podem pegar vinte anos de prisão, de acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. No caso, catorze réus são acusados de corrupção, extorsão e lavagem de dinheiro.

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    + Após prisão na Suíça, Marin é banido temporariamente pela Fifa

    Entenda o caso

    José Maria Marin
    José Maria Marin ()

    Marin e outros seis dirigentes da Fifa foram presos na manhã desta quarta (27) em um hotel de luxo na Suíça, como parte de uma operação que investiga um esquema de corrupção para a escolha das sedes das próximas duas Copas do Mundo e pagamentos de propinas da ordem de 100 milhões de dólares (313,4 milhões de reais).

    A operação faz parte de uma ação integrada entre as autoridades suíças e norte-americanas em dois processos diferentes. Na Europa, o Ministério Público da Suíça realizou as prisões dos sete cartolas e alguns executivos de marketing esportivo. Além disso, a sede da Fifa foi alvo de buscas por documentos e computadores. A suspeita é que dirigentes receberam propinas para votar nas sedes das Copas de 2018 (Rússia) e de 2022 (Qatar). O MP suíço confirmou que abriu uma investigação penal contra os dirigentes. No total, dez pessoas estão sendo investigadas.

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    Já nos Estados Unidos, uma corte federal em Nova York aceitou o processo que acusa catorze pessoas de extorsão, fraude eletrônica e conspiração para lavagem de dinheiro, como parte de um esquema que durou mais de duas décadas, de acordo com nota do Departamento de Justiça norte-americano. “A acusação alega que a corrupção é desenfreada, sistêmica e profundamente enraizada tanto no exterior como nos Estados Unidos”, disse a procuradora-geral dos EUA, Loretta Lynch, em nota.

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    José Maria Marin, de 83 anos, está detido em Zurique. A Justiça suíça informou que os detidos serão extraditados para os Estados Unidos, base da investigação coordenada pelo FBI. Caso ele se oponha à extradição, será aberto um requerimento em que ele terá de permanecer por pelo menos quarenta dias na Suíça.

     

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