A Polícia Militar (PM) ampliou o uso das chamadas câmeras operacionais portáteis (COPs) utilizadas nos uniformes dos policiais. Agora, elas também serão utilizadas naqueles que atuam na fiscalização de trânsito.
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Elas estavam em período de teste mas, a partir desta quarta-feira (16), passaram a ter uso pleno com a distribuição de 400 câmeras para o 1º e 2º Batalhão de Trânsito, que atuam na região central e sul da cidade, respectivamente.
A medida foi adotada após um estudo da Coordenadoria Operacional da PM sobre a alocação das 10.125 câmeras existentes. O levantamento apurou a quantidade possível de ser redistribuída para que os batalhões de trânsito também fossem contemplados com os equipamentos.
O uso de câmeras corporais no efetivo policial do estado de São Paulo teve início em 2020, com o programa Olho Vivo. Desde então, pesquisas tem apontado a redução do número de mortes por policiais em serviço. Pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), indica que o número de Mortes Decorrentes de Intervenção Policial (MDIP) foi de 423, em 2021, para 256 em 2022, o menor da série histórica iniciada em 2001.
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Ainda segundo o levantamento, os batalhões que implementaram o uso das COPs diminuíram em 76,2% a letalidade de PMs em serviço, enquanto naqueles que não adotaram a queda foi de 33,3%.
Mesmo com os números, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) realizou nesta sexta-feira (18) um corte na verba destinada ao programa. De acordo com o Diário Oficial, 11 milhões que seriam investidos no Olho Vivo serão realocados para ações ostensivas e diárias da PM.
O orçamento previsto para o ano era de 152 milhões. Porém, um levantamento, feito pelo PT, PCdoB, PV e pela Alesp, indica que a quantia já tinha sofrido uma redução para 136 milhões.
Tarcísio já se mostrou contrário às câmeras policiais, e chegou a prometer o fim do programa durante sua campanha eleitoral, em outubro de 2022. Ele segue sendo pressionado, principalmente por partidos de esquerda, para manter o uso de COPs.