A Polícia Civil divulgou as imagens dos dois homens identificados como os possíveis autores dos disparos que mataram o Policial Militar Admilson Pereira de Oliveira, de 42 anos, em um posto de gasolina em Osasco na manhã do dia 7. Eles tiveram a prisão decretada, mas estão foragidos.
O crime pode ter sido o motivador da chacina que vitimou dezoito pessoas nas regiões de Osasco e Barueri na última quinta-feira (13). Uma das hipóteses de investigação é que um grupo de policiais teria cometido os crimes para se vingar do colega morto, que, inclusive, patrulhava a região dos homicídios.
Segundo a polícia, o garçom Thiago Santos de Almeida, de 26 anos, e o ajudante de pedreiro Vagner Rodrigues, de 28 anos, foram reconhecidos nas imagens de câmeras de segurança do estabelecimento, por testemunhas do crime e até por parentes. Ambos são moradores do bairro Jardim Padroeira e têm antecedentes criminais por tráfico de drogas e homicídio, respectivamente.
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O PM foi morto em um posto de gasolina na Avenida dos Autonomistas por volta das 11h30 do dia 7 de agosto. Ele abastecia o veículo quando os bandidos anunciaram o assalto. A dupla percebeu tratar-se de um policial. Durante a abordagem, um dos suspeitos retirou a arma do oficial, uma Taurus .40, e efetuou os disparos. Eles fugiram em dois carros, uma Parati verde e um Corsa Prata, levando 10 000 reais do estabelecimento. Oliveira foi encaminhado ao Hospital Regional de Osasco, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
“Pelas imagens, a iniciativa de matar o PM partiu do Vagner, que usava o uniforme de gari, mas os dois atiraram e gritaram ‘perdeu’, ‘perdeu’”, diz o delegado do Setor de Homicídios de Osasco, Francisco Pereira Lima, que apreendeu o uniforme na casa do rapaz que já trabalhou como varredor de rua na prefeitura de Osasco. “Eles entraram no local sabendo que havia uma quantia em dinheiro, pois chegaram falando: ‘é dia de pagamento a fita está dada’.”
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Outro crime que a polícia acredita que pode ter motivado a chacina é a morte do guarda civil metropolitano Jefferson Luiz Rodrigues da Silva, de 40 anos, em Barueri, no dia 12 de agosto.
Ele estava em seu comércio, uma adega, por volta das 16h, quando dois homens anunciaram um assalto ao local. O guarda entrou em luta corporal com um dos criminosos e foi alvejado no ombro e próximo à garganta. Os criminosos tentaram fugir roubando um carro, mas foram interceptados por uma viatura da GCM que fazia ronda na região.
Alexsandro Ribeiro Bezerra, de 21 anos, e Francisco Felisberto Camelo Brito, de 19 anos, foram presos em flagrante. Segundo a polícia, eles não tinham antecedentes criminais.
“Estamos levantando se há um terceiro envolvido no crime”, diz o delegado Aloysio Ribeiro de Mendonça Neto, da 1ª Delegacia de Barueri.
Em Osasco o clima é de pavor. “O comércio funciona até por volta das 22h. Agora, os comerciantes fecham por volta das 18h”, diz uma comerciante de roupas femininas que não quis se identificar. “Eu geralmente fico aberta até por volta das 20h, mas já que todo mundo esta fechando cedo não sou eu que vou ficar aqui sozinha”. O bar onde oito pessoas foram mortas, na Rua Antonio Benedito Ferreira, não abriu as portas. O local estava tomado por vasinhos de flores, pedidos de Justiça e a frase “não acreditamos na polícia”.
A Secretaria da Segurança Pública está oferecendo recompensa de 50 000 reais para quem ajudar com informações que levem à identificação e à prisão dos autores da chacina. O caso está sendo investigado por uma força-tarefa composta por 70 policiais civis e técnico-científicos na sede do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa, na capital.
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A polícia afirma que três grupos distintos podem ter cometido as mortes. “São, no mínimo, dez criminosos envolvidos. As imagens apontam que havia quatro pessoas em um Peugeot e mais duas em uma motocicleta, em Osasco”, disse, em nota, o secretário Alexandre de Moraes.