A Justiça de São Paulo determinou a exclusão de um vídeo do humorista Léo Lins de todas as redes sociais, e o proibiu de fazer piadas sobre minorias. O vídeo em questão é um especial de stand-up gravado em Curitiba, intitulado “Perturbardor”, no qual ele faz piadas sobre crianças com hidrocefalia e sobre negros.
A decisão foi tomada no âmbito de um inquérito do Ministério Público de São Paulo (MPSP). O caso tramita em segredo, e cabe recurso ao Tribunal de Justiça.
De acordo com o portal UOL, a decisão ainda determina que o humorista está proibido de “manter, transmitir, publicar, divulgar, distribuir, encaminhar ou realizar download de quaisquer arquivos de vídeo, imagem ou texto, com conteúdo depreciativo ou humilhante a qualquer categoria considerada minoria ou vulnerável” e “realizar, em suas apresentações, quaisquer comentários, bem como de divulgar, transmitir ou distribuir, quaisquer arquivos de vídeo, imagem ou texto, com conteúdo depreciativo ou humilhante a qualquer categoria considerada minoria ou vulnerável.”
Em seu Instagram, Lins criticou a decisão e a chamou de censura. “Um show de humor é removido da internet a mando do Ministéiro Público. Qual será o próximo?”, questionou o humorista, que fez uma contagem regressiva para a remoção do vídeo.
Nas redes sociais, humoristas como Fabio Porchat e Antonio Tabet saíram em defesa de Lins. “Quem foi lá assistir ao Leo Lins adorou. Riram muito. Quem não gostou das piadas são os que não foram. Ah, mas faz piada com minorias… E qual o problema legal? Nenhum. Dentro da lei pode-se fazer piada com tudo tudo tudo. Não gostar de uma piada não te dá o direito de impedir ela de existir. Ainda mais previamente. Impedir o comediante de pensar uma piada é loucura. Ele tem o direito de ofender. Não existe censura do bem”, escreveu Porchat no Twitter.
“Um absurdo! Não cabe à Justiça – e nem a ninguém – aprovar ou censurar piadas alheias. Pode-se gostar, detestar ou criticar a comédia ou o comediante, mas piadas são só piadas. Piadas não matam mais que dramas, jornalismo, publicidade ou a realidade”, publicou Tabet.