Estudantes e professores da USP fizeram nesta quarta-feira (9) um protesto por eleições diretas para reitor. A manifestação começou às 16 horas no vão do Masp, na Avenida Paulista, e percorreu cerca de 3 quilômetros até a Assembleia Legislativa, no Ibirapuera (Zona Sul), reunindo até 500 pessoas durante o percurso, segundo a Polícia Militar.
O protesto ganhou adesão de alunos da Unicamp. As reitorias das duas instituições estão ocupadas. Na USP, alunos, professores e funcionários querem eleições diretas. Na Unicamp, eles protestam contra a presença da Polícia Militar no campus – algo que também já foi pauta dos estudantes da capital em 2011. A direção das instituições entraram com pedido de reintegração de posse e estão em fase de negociação com a justiça. Na tarde desta quarta, a justiça negou o pedido da direção da USP.
A notícia foi recebida com satisfação por lideranças do protesto. “Para nós é uma vitória e só mostra a legitimidade do movimento”, disse Luiza D’Avolo, diretora do DCE (Diretório Central dos Estudantes).
“Nossa vitória é que mesmo com o autoritarismo do [reitor da USP, João Grandino] Rodas e a intransigência do Alckmin, a justiça indeferiu a reintegração de posse”, coememorou Pedro Serrano, também do DCE.
Cerca de cem policiais e batedores, além de sete viaturas da PM, acompanharam todo o percurso.
O ato pacífico foi o primeiro realizado após a entrevista coletiva concedida na terça (8) pelo secretário de Segurança Pública Fernando Grella Vieira, na qual afirmou que a PM pode voltar a usar balas de borracha em protestos, proibidas desde junho.
Na concentração, os estudantes protestaram de forma irônica sobre a eleição para reitor das universidades, hoje indiretas. Eles realizaram uma “corrida” entre reitoráveis em que o segundo colocado foi o escolhido – uma referência ao atual reitor da USP, João Grandino Rodas, escolhido reitor em 2009 mesmo sendo os segundo mais votado.
Os manifestantes também demonstram apoio aos protestos de professores do Rio, tema de cartazes e gritos de guerra contra o governador Sérgio Cabral.
Projeto de lei
Diante da Assembleia, cuja a entrada foi bloqueada, deputados da oposição se juntaram ao protesto e fizeram declarações de apoio à causa dos estudantes. Carlos Gianazzi (PSOL), presidente da Comissão de Educação, disse ter convidado o reitor da USP para uma audiência sobre “a criminalização do movimento estudantil e o mau uso do orçamento da universidade”.
Gianazzi também afirmou que tramita na Casa o Projeto de Lei 696 para instituir eleições diretas nas universidades paulistas.