O DJ paulistano André Pomba, de 48 anos, vive com a agenda lotada. Por semana, faz cerca de cinco apresentações. Sua coleção de 2.000 CDs costuma rodar por casas roqueiras, boates gays e até festas de casamento. Todos os domingos, ele é o astro na disputada folia que fundou no clube GLS A Lôca, batizada de Grind, que acaba de completar catorze anos.
VEJA SÃO PAULO — Você faz discotecagens ecléticas. Há algum estilo musical com o qual se identifica mais?
ANDRÉ POMBA â Sempre preferi o rock. Antes de começar minha carreira nos toca-discos, em 1991, conciliava trabalhos de técnico em computação e produtor de eventos com alguns shows como baixista de uma banda de heavy metal — com direito a cabelo comprido e roupas pretas. Hoje ainda invisto mais em hits roqueiros dos anos 80 e 90, mas também mando pop e eletrônico. Nos sets nunca pode faltar Madonna, por exemplo. Tenho a cabeça aberta, só não sigo modinhas e não ligo que o pessoal me peça músicas.
VEJA SÃO PAULO — Quais foram as situações mais inusitadas pelas quais passou na noite?
ANDRÉ POMBA â Uma vez, uma garota bêbada invadiu a cabine do clube “A Lôca” gritando: “acabou a festa!”. Ela empurrou todo o meu equipamento para o chão. Consegui segurá-lo pelos fios. Em outra ocasião, durante um casamento no interior, um rapaz cismou que ia tocar no meu lugar. Quando eu disse que não estava sabendo de nada, ele apontou uma arma para mim. Guardei minhas coisas e saí rapidinho.
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VEJA SÃO PAULO — Já pensou em fazer outra coisa?
ANDRÉ POMBA â Várias vezes me passou pela cabeça: “não aguento mais dormir pouco e não ter carteira assinada.” Mas estou no melhor emprego do mundo. Divido a cena com artistas que admiro, como João Gordo e Mauro Borges. Além disso, conquistei uma bagagem de faixas antigas e atuais. Assim, tenho o prazer de divertir públicos diferentes.