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Memória

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Uma viagem no tempo às décadas passadas por meio de suas histórias, costumes e curiosidades.

Memória: Perdidos na Noite, o programa do Faustão nos anos 80

Exibido pela Bandeirantes até 1988, o programa destacou o apresentador na televisão brasileira; com a saída da Globo, fãs saudosistas pedem sua volta

Por Guilherme Queiroz
7 Maio 2021, 06h00
faustão de frente para a plateia olhando para trás
Improviso: cabos no palco e gritos da plateia marcaram o Perdidos na Noite, apresentado por Fausto Silva (Luizinho Coruja/Divulgação)
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Tresloucado: esse era o adjetivo usado pelos jornais para definir o primeiro sucesso de Fausto Silva. Perdidos na Noite, que passou pela TV Gazeta, Record e Bandeirantes entre 1984 e 1988, era o lar de um Faustão em ebulição, até ele ir para a Globo, em 1989. Piadas para lá de politicamente incorretas, cabos em meio ao palco, chiados de instrumentos musicais e o intenso barulho da plateia como parte da sonoplastia: um Domingão do Faustão anárquico, no qual o próprio apresentador brincava com a falta de investimento na atração.

As entrevistas com os principais nomes da música brasileira do momento eram acompanhadas de observações insólitas sobre o figurino e o nome dos convidados, hábito até pouco tempo atrás ainda cultivado pelo apresentador. A tradicional listinha com o nome das mães dos famosos, por exemplo, é uma artimanha aprimorada desde os anos 80. Em época de reabertura política, Fausto e sua dupla de humoristas, Carlos Roberto “Escova” (1955-2015) e Nelson “Tatá” Alexandre, não economizavam nas imitações e nos trocadilhos: Lula, Jânio Quadros e Marta Suplicy (na época, conhecida como sexóloga, apelidada no show de “Marta Suplício”) eram alguns dos alvos. A volta do Perdidos na Noite, com o fim do contrato na Globo e o retorno de Faustão para a Band em 2022, apareceu como desejo de fãs saudosistas: a emissora da família Saad ainda é detentora do título da atração. Será que vem aí? Procurada, a Band não informou os planos para o apresentador na sua grade.

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Publicado em VEJA São Paulo de 12 de maio de 2021, edição nº 2737

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