A fila na cidade de São Paulo de pessoas esperando por uma vaga em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) de hospitais públicos, municipais e estaduais, para a Covid-19 chegou a 230 nesta quarta-feira (3). Além disso, outras 220 estão esperando para serem internadas em enfermarias, pois possuem sintomas menos graves.
A Secretaria Municipal de Saúde informou para a Vejinha que devido ao aumento de casos implantou na última segunda-feira (1º) mais 124 leitos na cidade, sendo 100 de UTI e 24 de enfermaria. De acordo com a pasta, neste momento, cerca de 150 solicitações para internações estão sendo atendidas pela Central de Regulação de Urgências.
A capital paulista conta com 1 076 leitos de UTI no sistema municipal e 897 leitos de enfermaria em 26 hospitais municipais.
Fechamento do comércio e fase vermelha
Todo o estado de São Paulo regrediu para a fase vermelha e vai fechar comércios considerados não essenciais. A medida, anunciada nesta quarta-feira (3) pelo governador João Doria (PSDB), entra em vigor à meia-noite de sábado (6) e deve durar ao menos duas semanas. Escolas podem receber alunos de forma presencial.
A gestão Doria atende a pedidos do Centro de Contingência do Coronavírus e de prefeitos do estado. Em reunião, eles pediram o endurecimento da quarentena por causa do aumento do número de casos, internações e mortes por Covid-19. Segundo projeção do governo paulista, o sistema de saúde entrará em colapso em 15 de março caso medidas mais severas para conter o avanço da pandemia não aconteça.
O governador João Doria disse que São Paulo entrou na pior semana da pandemia. Na terça (2), o estado teve o maior número de mortes pela doença em 24 horas com 468 óbitos, passando a marca de 60 000 falecimentos pela Covid.
O número de internações também é recorde: são 16.359 pacientes com suspeita ou diagnosticadas com a Covid. 9.332 estão em leitos de enfermaria e 7.027 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
“Entramos na pior semana da Covid-19 da história da pandemia desde 26 de fevereiro. Isso não apenas em São Paulo, os demais estados também, eu tenho falado com governadores de outros estados. Há uma preocupação generalizada”, disse o governador.
Na última sexta-feira (27), a capital paulista bateu o recorde negativo de ocupação de leitos nos hospitais privados. Albert Einstein e Emílio Ribas chegaram a 100% da ocupação de leitos de UTI, Beneficência Portuguesa chegou a 98% e Sírio-Libanês teve 97%.