A prefeitura de São Paulo liberou, a partir de sexta-feira (15), a necessidade de espaçamento de um metro entre cadeiras em cinemas e teatros. O anúncio foi feito nesta quinta (14) pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Com a decisão, poderão ser ocupados todos os lugares e cadeiras nesses ambientes. A administração municipal recomenda, no entanto, que seja solicitado o comprovante de vacinação contra a Covid-19, com ao menos uma dose. Essa exigência é obrigatória para eventos que reúnam mais de 500 pessoas.
A necessidade de espaçamento também deixou de valer para escolas, com validade a partir do próximo dia 25 de outubro. Nunes destacou, entretanto, que os estudos que embasaram a dispensa do distanciamento mostram que ainda é necessário o uso de máscaras mesmo ao ar livre.
Essa determinação só poderá ser revista, segundo o prefeito, depois de 10 de novembro. “Nós vamos apresentar um novo estudo, porque entre o dia 10 e 15, nós vamos estar com 100% das pessoas com ciclo vacinal completo”, ressaltou o prefeito.
A prefeitura fez o rastreamento e monitoramento de 2,3 mil casos confirmados de Covid-19 e observou a transmissibilidade da doença a partir dos contatos dessas pessoas. A partir da taxa de contágio, a recomendação foi de manter as medidas contra a disseminação do vírus, como o uso de máscaras.
Vacinação
O prefeito comparou os dados da imunização contra o novo coronavírus na cidade de São Paulo e outras grandes capitais, como Nova York, Londres e Berlim. Segundo Nunes, atualmente receberam as duas doses ou dose única das vacinas contra a doença, 78,8% da população acima de 12 anos de idade e 86,1% das pessoas adultas (com mais de 18 anos). “Somos, disparado na frente, a capital que mais vacinou no mundo”, afirmou.
Retorno às escolas
Com o fim da necessidade de distanciamento, as escolas voltarão a funcionar normalmente, com os estudantes frequentando as aulas todos os dias. “Não haverá mais rodízio nas escolas municipais. Todos os alunos podem ser atendidos todos os dias”, ressaltou o secretário municipal de Educação, Fernando Padula.
As famílias podem, no entanto, optar por não enviar os jovens para a escola. Para isso, é necessário assinar um termo de responsabilidade, se comprometer a retirar as atividades impressas na escola e que os estudantes assistam aos vídeos disponibilizados pela secretaria.
Surtos
A coordenadora do núcleo epidemiológico da vigilância sanitária municipal, Paula Bisordi, disse que desde a volta às aulas, em abril, os estabelecimentos de ensino passaram por diversos surtos de síndrome gripal respiratória. Em toda a cidade, foram 2.074 surtos, sendo que 80% em unidades escolares. Do total de surtos, 70% foram confirmados como causados pela Covid-19.
Nas escolas, os surtos causaram 13,2 mil casos de adoecimento, mais de 60% em adultos entre 20 e 69 anos. As crianças com idade entre 1 e 4 anos responderam por 21,3% dos casos. Bisordi afirmou que, no momento, a situação nas escolas em relação à transmissão da Covid-19 está controlada. “Atualmente, nós não vemos tendência de aumento desses surtos em unidades escolares”, disse.