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Pesquisa da USP liga ingrediente de pipoca de micro-ondas a Alzheimer

Diacetil, responsável por dar o sabor e gosto amanteigado, é o grande vilão

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 7 abr 2022, 19h22 - Publicado em 7 abr 2022, 13h44
Pipoca
 (pipoca/Reprodução)
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Um ingrediente usado para aromatizar e dar sabor à pipoca de micro-ondas, o diacetil, pode levar a maior concentração de proteínas cerebrais que normalmente são encontradas em pessoas que sofrem com Alzheimer, segundo um estudo da USP divulgado nesta semana.

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Essa foi a principal conclusão dos pesquisadores do Instituto de Química da USP de São Carlos (interior de São Paulo) ao analisarem o que ocorreu com ratos que ingeriram, durante 90 dias, o diacetil. Foram observados danos ao cérebro de 46 das 48 proteínas avaliadas, o que reforça a ligação do consumo do composto.

“Além disso, outras alterações proteicas verificadas no cérebro dos ratos também podem estar relacionadas ao surgimento de demência e câncer”, explica Lucas Ximenes, doutorando do instituto e autor da pesquisa.

Segundo as análises, o consumo contínuo do diacetil levou ao aumento da concentração de proteínas beta-amiloides, que geralmente são encontradas em pacientes com Alzheimer.

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A concentração oferecida aos ratos foi próxima à do consumo diário normal, segundo Ximenes. Pelas análises, tanto os cérebros dos ratos machos quanto o das fêmeas foram afetadas de formas semelhantes. Algumas regiões foram mais comprometidas, tais como o hipotálamo, que coordena a maior parte das funções endócrinas.

Histórico

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Os males provocados pelo excesso de consumo de diacetil já eram conhecidos desde o início dos anos 2000. À época, o composto foi associado a vários casos de uma doença rara no pulmão de trabalhadores de fábricas de pipocas em cinco estados norte-americanos.

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O que ocorria era o seguinte:  em ambientes industriais, o diacetil passa por altas temperaturas, evapora e era facilmente inalados por trabalhadores, gerando os problemas.

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Alguns anos depois, em 2008, cientistas do Niehs (Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental), dos EUA, constaram que a exposição do composto de fato prejudicava vias aéreas de camundongos.

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Quatro anos depois, em 2012, um outro estudo, desta vez feito em laboratório, levou os cientistas da Universitário de Minnesota, em Minneapolis (EUA), a concluírem que houve aumento da concentração de proteínas beta-amiloides, mesmo achado que é confirmado agora pelos pesquisadores da USP.

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Após a publicação do texto, a Yoki, fabricante de pipoca de micro-ondas, encaminhou a seguinte nota sobre o assunto:

A Yoki, marca líder no segmento de pipoca de micro-ondas no Brasil, informa que não utiliza diacetil na composição de suas pipocas micro-ondas. A Yoki investe em estudos e pesquisas, fabricando e promovendo alimentos seguros para que seus consumidores possam usufruir ao máximo de seus produtos, sem preocupações.

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