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Médicos decidem em assembleia se param atendimento em UBSs

Reunião a ser realizada na noite desta quinta (13) pode levar à paralisação; entidade alerta para esgotamento da categoria

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 13 jan 2022, 17h04 - Publicado em 13 jan 2022, 16h52
Igor da Silva nos portões de uma unidade básica de saúde segurando tablet e conversando com mulher
Vacinação e aumento de casos de Covid levou a pressão sobre as unidades básicas de saúde (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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Médicos que atuam nas UBSs (unidades básicas de saúde) decidem na noite desta quinta-feira (13) se entram ou não em greve.

Em uma longa carta aberta publicada pelo Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo) na tarde desta quinta, eles explicam que os profissionais que atuam nas UBSs estão trabalhando desde antes da pandemia com sobrecarga, situação que piorou com a alta demanda de casos sintomáticos respiratórios atendidos nessas unidades. Além disso muitos estão sendo alvo de atos violentos.

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Entre outras coisas, eles dizem que as equipes não foram reforçadas; e que os profissionais de outras áreas, tais como psicólogos, nutricionistas e equipes de saúde bucal foram deslocados para prestar acompanhamento a casos de síndrome respiratória; e o problema se estende também aos agentes comunitários de saúde, enfermeiros, e há graves problemas na infraestrutura.

A carta menciona que, além de insumos mínimos, como remédios simples como dipirona e ibuprofeno, há ainda falta de equipamentos, lençóis, macas e oxigênios, entre outros. “Nossa matéria prima e nossas ferramentas têm sido o descaso e a miséria”, escrevem.

Os médicos dizem ainda que muitos feriados foram cancelados, horas extras não são pagas e o relacionamento com as OSs (organizações sociais) que administram as unidades muitas vezes é feito de forma informal, pelo WhatsApp.  O teor completo da carta pode ser conferido no site do Simesp.

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Após explicar todas as dificuldades que enfrentam, os médicos fazem algumas exigências, entre elas: que o comparecimento em dias extras seja opcional e não obrigatório; pagamento de horas extras; que sejam avisados com antecedência sobre a abertura das unidades; além de reforço nas equipes nas UBS.

O que dizem as OSs

As organizações sociais integram o Sindhosfil (Sindicato das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo).

Em nota assinada pelo presidente da entidade, Edison Ferreira da Silva, o Sindhosfil informou que o Simesp encaminhou a sua pauta de reivindicações solicitando reajuste de 15% além de outros pedidos que serão alvo de análise. Por sua vez, a entidade está disposta a conceder 10,42% de reajuste, a ser pago em três vezes.

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Ainda segundo o Sindhosfil, não é possível atender a alguns pedidos e incluí-los na convenção coletiva da categoria.

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O que diz a prefeitura

Por sua vez, a Secretaria Municipal de Saúde informou que desde o início da pandemia autorizou as OSs a contratarem mais profissionais para auxiliarem na vacinação.

A pasta confirma que haver deslocamento de outros profissionais para reforçar o atendimento. “No atual momento, devido a variante Ômicron, são muitos casos em um curto período, promovendo aumento nos atendimentos nas unidades e, por isso, a integração dos serviços em rede assistencial se fez necessário”, informa.

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A pasta informou já ter autorizado também às organizações sociais que paguem as horas extras para o trabalho aos sábados e a contratação de mais médicos e equipes de enfermagem para atender a explosão de casos.

A pasta diz que em momento algum obrigou que os médicos da atenção primária à saúde que façam o atendimento aos sábados.

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Em relação as horas extras pendentes de pagamento, a pasta confirma que isso ainda não foi feito, porém será algo de programação.

“Até a próxima sexta-feira (14), a SMS juntamente com os parceiros fechará o montante de contratação para apoiar a porta de entrada dos equipamentos, inclusive, ampliando o quadro e horário de algumas unidades para às 22h ou, até mesmo, transformando unidades 12h em 24h”, afirmou.

A secretaria diz ter investido R$ 867,5 milhões em insumos, e não confirma e nem desmente que de fato há falta desses itens.

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