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Hospital São Paulo restringe internações

O centro médico passa por crise financeira e diz sofrer com a falta de materiais e insumos essenciais para a realização dos atendimentos

Por Estadão Conteúdo
31 mar 2017, 09h32
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Crise: Hospital São Paulo vai suspender, a partir de hoje, as internações não urgentes (Divulgação/Veja SP)
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Principal referência em atendimento de urgência de alta complexidade na Zona Sul da capital paulista, o Hospital São Paulo vai suspender, a partir desta sexta-feira (31), as internações eletivas (não urgentes). O centro médico, que é vinculado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), passa por crise financeira e diz sofrer com a falta de materiais e insumos essenciais para a realização dos atendimentos.

A decisão de interrupção de parte das internações foi tomada ontem pelo Conselho Gestor e pela Direção Executiva do hospital “diante da impossibilidade de manter os estoques de insumos hospitalares e medicamentos necessários para o atendimento da demanda atual” da instituição. A medida, diz o hospital, visa a “minimizar os riscos aos pacientes internados”.

Atualmente, cerca de 1 500 pessoas são atendidas diariamente só no pronto-socorro do hospital. Segundo a direção da instituição, a maioria delas, porém, busca o serviço como porta de entrada para consultas em especialidades médicas. Esse tipo de atendimento, por exemplo, ficará suspenso temporariamente. O atendimento ambulatorial e outros serviços, como a quimioterapia serão mantidos.

Custeado principalmente por verba do Ministério da Saúde, o hospital disse, em nota, que as despesas da instituição cresceram 60% de 2010 a 2016 e que a direção chegou a buscar empréstimos bancários e contrair dívidas com fornecedores.

Afirmou ainda que os gestores estadual (Secretaria da Saúde) e federais (Ministérios da Saúde e da Educação) estão cientes, “pois são alertados constantemente” pela direção do Hospital São Paulo “das dificuldades financeiras e assistenciais da instituição – agora agravadas pela crise na economia e o consequente aumento da migração de pessoas para o SUS (Sistema Único de Saúde).”

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A crise do Hospital São Paulo, de fato, não é nova. Em junho de 2015, a direção da instituição também suspendeu temporariamente as internações eletivas pelas mesmas razões.

Questionado sobre a situação do centro médico, o Ministério da Saúde afirmou que o repasse de recursos é realizado por meio da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, que recebe a verba federal a ser enviada ao hospital dentro do montante total de recursos para média e alta complexidade (MAC) do Estado. Segundo o ministério, são repassados ao governo estadual anualmente 8, 6 bilhões de reais somente para procedimentos do grupo MAC e, além deste valor, diz o órgão federal, São Paulo recebeu um acréscimo de  246 milhões de reais em 2016. O ministério afirma ainda repassar  53,9 milhões de reais por ano diretamente ao Hospital São Paulo.

A Secretaria Estadual da Saúde disse que o Hospital São Paulo é um serviço federal e que, além de transferir os recursos do ministério para a unidade, auxilia o hospital de forma “totalmente voluntária”, tendo repassado à instituição, desde 2015, mais de 200 milhões de reais.

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