A primeira vez que Ana Carolina Dias, mãe de Dom, de 2 anos, levou o filho a um pronto-socorro foi na última segunda-feira, 20. Temerosa da dificuldade do menino em respirar, ela pediu que ele fosse examinado. “Desde que nasceu nunca vim. Mas com essa mudança no tempo, fiquei preocupada.”
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A alta demanda de atendimentos de casos como o de Dom levou o Sabará Hospital Infantil, em Higienópolis, a adotar um plano de contingência para priorizar crianças com condições mais graves e monitorar dezoito tipos de vírus. “O que temos visto é um número muito alto e variedade de vírus”, diz o infectologista Francisco Ivanildo de Oliveira Junior, gerente médico da unidade.
Além de lidar com o tradicional aumento de demanda devido às chamadas doenças sazonais respiratórias comuns do outono e inverno, o que faz elevar o tempo de espera dos pacientes, as unidades de saúde precisam conciliar a pressão exercida pelo crescimento dos casos de Covid.
Apesar de o avanço da vacinação deixar o cenário bem diferente dos outros picos da doença (o que inclui o surto de influenza no começo deste ano), a situação merece cuidado, segundo explica o médico Pedro Henrique Loretti, diretor-geral do hospital Vila Nova Star, na Vila Nova Conceição. “Atenção e monitoramento diário são necessários, sobretudo dos casos de emergência e positividade dos testes, que têm atingido 50% dos pacientes assintomáticos”, afirma. A demanda levou a unidade, ligada à rede D’Or, a reabrir leitos de UTI Covid.
O Sírio-Libanês vem apresentando alta demanda no pronto-socorro, já que, em média, são realizados 130 atendimentos por dia de pessoas com sintomas respiratórios. Destes, 30% acabam sendo confirmados como Covid. O hospital também teve alta no número de internações em leitos de UTI Covid.
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No caso do Hospital Israelita Albert Einstein, a quantidade de pacientes internados com Covid avançou 34% no período de catorze dias. O número médio de pessoas que apresentam queixa respiratória tem sido de 260 por dia.
As secretarias Municipal e Estadual de Saúde informaram ser esperada a alta de demanda de atendimentos por doenças respiratórias nesta época do ano. Na capital, a taxa de ocupação dos leitos de UTI Covid é de 70%, e de enfermaria, 61%. No estado, os índices são de 52,6% de UTI e 48,6% de enfermaria.
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Publicado em VEJA São Paulo de 29 de junho de 2022, edição nº 2795