A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu aval para o Instituto Butantan iniciar os testes em humanos com o soro anti-SARS-COV-2. Na manhã desta quarta-feira (24), durante coletiva de imprensa, o presidente da entidade paulista, Dimas Covas, afirmou que entregou todos os documentos solicitados pelo órgão na última semana.
A Anvisa informou que a autorização foi concedida mediante a entrega de informações complementares que, de acordo com a agência, não foram integralmente disponibilizadas: um ofício será enviado para o Butantan detalhando as solicitações.
O medicamento é desenvolvido em um prédio do complexo do Butantan que tem área total de 725 000 metros quadrados, na Zona Oeste da capital paulista. A medicação segue a lógica dos soros contra picadas de cobra, um produto que remonta à origem do instituto. Ou seja, usa o plasma de cavalos infectados com o vírus, onde existem anticorpos de combate à doença.
Em dezembro, a Argentina começou a usar a técnica de forma pioneira. Dados iniciais mostram que ela ajudou os pacientes. No hospital de campanha do distrito de Corrientes, 45 internados receberam o soro em fevereiro. Destes, 42 tiveram alta em uma semana.
“Esta será a primeira vez que o soro do Butantan será testado em pessoas, o que exigiu da Agência uma avaliação criteriosa dos aspectos técnicos e de segurança do produto. Até o momento, o soro foi testado somente em animais. A análise do processo pela Anvisa levou nove dias”, disse, em nota, o órgão regulador.
Durante a coletiva no Butantan o governador João Doria (PSDB) afirmou que esperava a liberação para os testes em humanos até o final da semana. O Instituto informou para a Vejinha nesta quarta que possui 3 000 frascos prontos para o início do estudo.