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Soro anti-covid: Anvisa autoriza Butantan a iniciar testes em humanos

Medicamento é desenvolvido a partir de cavalos infectados; Instituto deve enviar documentos adicionais

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
24 mar 2021, 19h54
Imagem mostra Dimas Covas de terno, em púlpito com inscrição "Vacina Já". Ele usa tblazer e máscara e segura microfone
O presidente do Butantan, Dimas Covas (Divulgação/Governo do Estado de SP/Veja SP)
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu aval para o Instituto Butantan iniciar os testes em humanos com o soro anti-SARS-COV-2. Na manhã desta quarta-feira (24), durante coletiva de imprensa, o presidente da entidade paulista, Dimas Covas, afirmou que entregou todos os documentos solicitados pelo órgão na última semana.

A Anvisa informou que a autorização foi concedida mediante a entrega de informações complementares que, de acordo com a agência, não foram integralmente disponibilizadas: um ofício será enviado para o Butantan detalhando as solicitações.

O medicamento é desenvolvido em um prédio do complexo do Butantan que tem área total de 725 000 metros quadrados, na Zona Oeste da capital paulista. A medicação segue a lógica dos soros contra picadas de cobra, um produto que remonta à origem do instituto. Ou seja, usa o plasma de cavalos infectados com o vírus, onde existem anticorpos de combate à doença.

Em dezembro, a Argentina começou a usar a técnica de forma pioneira. Dados iniciais mostram que ela ajudou os pacientes. No hospital de campanha do distrito de Corrientes, 45 internados receberam o soro em fevereiro. Destes, 42 tiveram alta em uma semana.

“Esta será a primeira vez que o soro do Butantan será testado em pessoas, o que exigiu da Agência uma avaliação criteriosa dos aspectos técnicos e de segurança do produto. Até o momento, o soro foi testado somente em animais. A análise do processo pela Anvisa levou nove dias”, disse, em nota, o órgão regulador.

Durante a coletiva no Butantan o governador João Doria (PSDB) afirmou que esperava a liberação para os testes em humanos até o final da semana. O Instituto informou para a Vejinha nesta quarta que possui 3 000 frascos prontos para o início do estudo.

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