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Norival de Almeida Silva brinca com a cidade

Líder do levante acampou no sindicato e chegou a conceder 35 entrevistas em um dia

Por João Batista Jr., Daniel Bergamasco, Pedro Henrique Araújo e Claudia Jordão
Atualizado em 5 dez 2016, 17h20 - Publicado em 9 mar 2012, 18h10

Ele ostenta dentes branquíssimos, oriundos do implante de facetas de porcelana, resolveu um problema da coluna depois de se submeter a uma cirurgia espiritual e gosta de passar os fins de semana com a família no apartamento que tem no Guarujá. Natural de Ourinhos, a 370 quilômetros da capital, Norival de Almeida Silva, 56 anos, foi o líder da desastrosa greve que provocou uma pane seca na cidade. Nos dias da paralisação, dormiu três noites em um colchão fino na sala principal da sede do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens (Sindicam), na Zona Norte, entidade que preside desde 1997. Ao lado de alguns companheiros, ficou acampado para discutir a restrição da prefeitura e mostrar união aos sindicalizados que estavam panfletando nas ruas. Chegou a conceder 35 entrevistas por dia.

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O sindicalista estudou até a 1ª série do antigo ginásio e orgulha-se de sua trajetória. Filho caçula de um casal de sitiantes, começou a trabalhar ainda criança na roça. Nunca teve sua carteira de trabalho assinada. “Aos 18 anos, consegui um emprego em uma metalúrgica. Mas fiquei apenas 28 dias”, lembra. Ele pediu as contas porque ganhou de presente de seu pai um caminhão Mercedes- Benz modelo 1113, ano 1973. “Nele, carreguei de elefante de circo a arroz.” Nos anos 80, deixou os produtos secos de lado e comprou seu primeiro caminhão-tanque para transportar combustível. Hoje, Silva integra a Cooperativa de Serviços, Locações e Transportes (Cosalt) — que tem cerca de vinte caminhões do tipo. “É injustiça nos tratarem como vilões. Transportamos tudo para a cidade.”

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