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Jarbas Homem de Mello é o mestre do “Cabaret”

O ator, cantor e bailarino rouba a cena no musical estrelado por Claudia Raia

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 17h23 - Publicado em 16 fev 2012, 23h50
Jarbas Homem de Mello - Teatro 2257
Jarbas Homem de Mello - Teatro 2257 (Daniel Klajmic/)
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Todas as noites, de quarta a domingo, quando apresenta o musical Cabaret, Jarbas Homem de Mello, de 42 anos, tem a certeza de que vive o apogeu da carreira de duas décadas. “O que mais posso sonhar depois de fazer o MC?”, pergunta ele, referindo-se ao mestre de cerimônias de uma boate de Berlim da década de 30. Esse personagem foi imortalizado por Joel Grey no filme estrelado por Liza Minnelli em 1972.

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Na versão em cartaz no Teatro Procópio Ferreira, o carisma da atriz Claudia Raia, na pele da prostituta Sally Bowles, garante casa cheia, mas a surpresa dos 35.000 espectadores que já viram o espetáculo desde outubro se torna evidente nos aplausos ao antagonista (a temporada termina em 3 de março). Depois de dezoito anos em São Paulo, o artista gaúcho conquistou a crítica e desponta entre os favoritos ao Prêmio Shell de ator, que será anunciado no mês que vem.

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Jarbas surge à frente de cinco números musicais — Claudia comanda seis — e esbanja versatilidade compondo um tipo enigmático, com um perfil que remete aos nazistas, que consolidavam o poder na época. “Sabia que era o único profissional no Brasil capaz de fazer o papel, porque ele não se limita à técnica e tem uma vivência para enriquecer o personagem”, afirma Claudia, que já havia dividido a cena com o ator em “Pernas pro Ar” (2009).

Desde que assistiu, aos 17 anos, ao filme de Bob Fosse, Jarbas almejava interpretar o MC. A realidade daqueles tempos pouco indicava que a ambição se concretizasse. Filho de um leiteiro, ele ainda morava em Novo Hamburgo, um dos polos calçadistas do Rio Grande do Sul, e o futuro óbvio seria terminar o curso de confecção de sapatos e garantir emprego nas indústrias da região. Ao transferir-se para São Paulo, em 1994, Jarbas serviu mesas como garçom e aplicava salário e gorjetas em aulas de canto, balé clássico, sapateado e flamenco.

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Em 1999, conseguiu ser o protagonista da montagem de Rent. “Fiz sempre de tudo, e poucos estavam preparados para esse novo mercado que exige cantar e atuar”, conta. No ano seguinte, emplacou em outra produção importante, substituindo às pressas o ator Murilo Rosa em “Zorro, o Musical”. Ele ainda não tem planos definidos para depois de Cabaret. “Deve pintar uma nova produção, ou eu invento outra coisa. Nunca deixei de trabalhar”, afirma ele, consciente de que o sucesso no espetáculo aumentou seu cacife.

INTIMIDADE COM OS PALCOS

Estreia profissional: O drama musical “Sonhos e Saudades”, em Porto Alegre, em 1991.

Musicais: “Rent” (1999), “Aí Vem o Dilúvio” (2000), “Les Misérables” (2001/2002), “O Fantasma da Ópera” (2005/2006), “Pernas pro Ar” (2008) e “Zorro, o Musical” (2010).

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Peças de teatro: “Veneza” (2004), direção de Miguel Falabella, “Querido Mundo” (2006/2008), direção de Rubens Ewald Filho, e “Mambo Italiano” (2011), direção de Clarisse Abujamra.

Televisão: A novela “Dance, Dance, Dance” (2007), na Band, e o programa “Se Ela Dança, Eu Danço” (2011), no SBT, como jurado. 

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