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OLÁ,

3 perguntas para… Francisco Cuoco

Ator fala sobre sua nova peça e o trabalho na televisão

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 14 Maio 2024, 11h29 - Publicado em 28 out 2011, 23h50

Aos 77 anos, o ator paulistano Francisco Cuoco está longe de viver de lembranças. O eterno galã das novelas encerrou, na semana passada, a participação em “O Astro” como o bruxo Ferragus e volta aos palcos na comédia “Três Homens Baixos”, que estreia no sábado (5), no Teatro Jaraguá.

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VEJA SÃO PAULO — Quem está acostumado com o galã não fica surpreso ao vê-lo em uma comédia popular?
Francisco Cuoco —
Pois é, eu faço um professor com fama de sovina, mas que vive sem dinheiro. O público se identifica, e a peça prima pela simplicidade. Quero ajudar a alma do espectador a ficar leve, a esquecer as notícias ruins de seu cotidiano. Sempre existirá o teatro experimental, com suas temáticas abstratas e complexas, e um ator deve passar por todo tipo de trabalho. Mas isso não me interessa mais como artista.

VEJA SÃO PAULO — Você priorizou a televisão. Foi uma opção?
Francisco Cuoco —
Eu queria ser galã de cinema, sonhava em participar dos filmes da Vera Cruz. Mas sabia que seria um caminho muito difícil, porque lá só existiam um ou dois nomes. Então comecei a fazer teatro na Escola de Arte Dramática e ali mesmo acabei recrutado para o Teatro Brasileiro de Comédia. Não fui descoberto em uma agência ou num ponto de ônibus. Logo veio a TV, e me orgulho de sempre ter levado para ela um pouco do que aprendi no teatro. Procurei imprimir ironia e dubiedade nas minhas interpretações. A televisão estabelece uma matemática, e o ator precisa fugir disso.

VEJA SÃO PAULO — É mais fácil para um ator maduro se manter na TV do que para uma atriz?
Francisco Cuoco —
Tenho conseguido me manter. Mas a TV inegavelmente prefere os jovens. Com as mulheres, a situação costuma ser mais cruel. Em “O Astro”, Rosamaria Murtinho tinha um grande papel, mas isso é incomum. Bem mais nova, Maitê Proença, linda e no seu auge artístico, já não é tão escalada como antes. Como “O Astro” foi ao ar depois das 11 da noite, era possível ousar. Havia cenas sensuais e os autores não precisavam se preocupar com essa onda moralista que tomou conta, inclusive, do público.

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