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Hospitais particulares adotam plano para receber vítima de catástrofe

Experiência mais recente, Beneficência Portuguesa, na Bela Vista, inaugurou um pronto-socorro maior e mais moderno para acidentes de grandes proporções

Por Giuliana Bergamo
Atualizado em 5 dez 2016, 18h23 - Publicado em 17 dez 2010, 20h17
Beneficência Portuguesa - 2196
Beneficência Portuguesa - 2196 (Werther Santana/AE/)
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Quando acontece um acidente de grandes proporções, o Corpo de Bombeiros encaminha as vítimas ao hospital mais próximo que tenha estrutura para recebê-las (médicos especializados, enfermeiros e aparato mínimo). Em geral, é escolhida uma instituição pública para atender quem necessita de cuidados. Mas esse cenário está mudando. Nos últimos anos, hospitais particulares têm adotado medidas para a eventualidade de prestarem assistência a diversos feridos ao mesmo tempo. A experiência mais recente é a do Beneficência Portuguesa, na Bela Vista. Acaba de ser inaugurado ali um pronto-socorro maior e mais moderno. Os 2.700 metros quadrados atuais (antes eram 1.215) conseguem acolher 450 pacientes por dia, o dobro da capacidade anterior. A reforma incluiu ainda a construção de instalações e treinamento de equipe para tratar até cinquenta pessoas simultaneamente em situações de catástrofe, como colisões envolvendo vários veículos, incêndios, desabamentos e epidemias.

Outros hospitais, como Nove de Julho, Sírio-Libanês, Bandeirantes, Samaritano, Nossa Senhora de Lourdes e Albert Einstein, também garantem estar preparados para ocorrências do gênero. Em todos eles, o procedimento previsto é muito semelhante. Quando acionada pelo Corpo de Bombeiros, uma equipe transforma o pronto atendimento. No Beneficência Portuguesa, por exemplo, os novos consultórios dispõem de equipamentos, como saídas de oxigênio, que podem ser revertidos em leitos rapidamente. No Einstein, o grande átrio, onde ficam lojas e restaurantes, pode ser transformado em área de triagem de vítimas. O hospital, aliás, é um dos poucos entre os particulares paulistanos que já puseram seu plano em prática. No ano passado, durante a epidemia de gripe H1N1, uma área de 400 metros quadrados que pertencia à central de diagnósticos acabou destinada exclusivamente aos portadores do vírus. Nela, foram criados três consultórios, uma sala de espera e cinco de observação. Além disso, a diretoria contratou 21 médicos e catorze enfermeiros e técnicos a mais. 

Tal contingente pôde ser organizado com certa tranquilidade porque o Einstein estava preparado graças a um simulado de tratamento de epidemias realizado meses antes. “Durante o treinamento, vimos que nossa estrutura não daria conta de receber mais que vinte pacientes do tipo”, afirma o médico Nelson Akamine, coordenador da unidade de pronto atendimento. “Por esse motivo, pensamos em uma alternativa que, coincidentemente, foi aplicada em seguida.” Ao contrário dos privados, os hospitais públicos testam suas capacidades no dia a dia. Veterano na tarefa de atender vítimas de acidentes, o pronto-socorro do Hospital das Clínicas deve sofrer uma reforma em breve. O projeto está em pauta desde a queda do avião da TAM em 2007, quando parentes de vítimas tiveram de ser acolhidos em um espaço improvisado. A previsão é que as obras comecem em 2011. “Essa experiência nos mostrou deficiências que pretendemos resolver”, diz a supervisora do pronto-socorro clínico, Maria Cecília Damasceno.

 

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COMO FUNCIONA O ATENDIMENTO

■ Áreas de espera de prontos-socorros são convertidas em espaços para triagem, consultórios, em leitos, e salas de reunião ou halls, em centrais de gerenciamento

■ Uma equipe fica encarregada de checar as condições dos pacientes assim que eles chegam: frequência cardíaca, pressão arterial, circulação, capacidade de respirar, andar e falar

■ De acordo com o grau de gravidade, as vítimas são divididas em grupos identificados por cores: fatais (preto ou cinza), com risco de morte iminente (vermelho), graves (amarelo), ferimentos leves (verde)

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■ Cada um dos grupos é encaminhado a um local onde suas condições serão novamente checadas por outro time de profissionais, responsáveis também por realizar o atendimento de fato (sutura de ferimentos, contenção de hemorragias, cirurgias, entre outros)

■ Da sala de controle, os funcionários encarregados do gerenciamento pedem o reforço de novos médicos e enfermeiros quando necessário

 

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