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Restaurantes passam a servir água em jarra

Para reduzir o consumo das garrafinhas plásticas e agir em prol ao meio ambiente, alguns endereços da cidade aderiram ao novo costume

Por Catarina Cicarelli
Atualizado em 29 dez 2016, 14h04 - Publicado em 10 dez 2010, 22h58

Nos Estados Unidos e na Europa, é praxe os restaurantes servirem uma jarra de água como cortesia aos clientes. Agora, esse hábito está começando a se disseminar por alguns estabelecimentos paulistanos. Servir água filtrada em vez da engarrafada em vasilhames plásticos já virou costume em pelo menos seis endereços da cidade. A atitude ganhou força com o apoio da ONG Igtiba, que lançou em março o projeto Água na Jarra, que ajuda as casas na escolha de um filtro apropriado e na capacitação dos garçons para que eles possam explicar aos clientes a nova prática. “Apesar de simples, é uma proposta diferente, e não é fácil tirar os empresários de sua zona de conforto”, afirma Letycia Janot, diretora do projeto e uma das fundadoras da ONG. “As garrafinhas plásticas poluem o meio ambiente ao serem produzidas, no seu transporte e na hora do descarte, após seu uso”, explica. Com a adoção da água encanada da Sabesp — que é considerada de boa qualidade — e de um bom purificador, todo esse ciclo poluente é evitado.

Um dos adeptos é o Le Jazz Brasserie, em Pinheiros, que desde a sua inauguração, em dezembro do ano passado, utiliza a jarra. “Quando trabalhei no México, na França e nos Estados Unidos, sempre vi servirem uma jarra de água logo que os clientes se acomodavam”, conta o sócio-proprietário Gil Carvalhosa Leite. De fato, em muitos restaurantes de Nova York, as garrafas plásticas foram totalmente abolidas, assim como em algumas cidades do Canadá, onde seu uso está vetado.

Por aqui, a mudança causou estranheza a alguns clientes, como relata a argentina Ana Maria Massochi, dona dos restaurantes Martín Fierro, na Vila Madalena, e La Frontera, em Higienópolis: “Muita gente me pergunta ‘Que água é essa?’ e olha com cara de desconfiança”. A resposta de Ana Maria é curta: “Essa é a água que eu bebo”. A restauratrice garante que o líquido é bem filtrado e utilizado também para fazer o gelo e os sucos de seus estabelecimentos.

Em alguns locais, como o La Frontera e o Le Jazz, a água não custa nada, mas há restaurantes que cobram pela jarra. Renato Ades, sócio do Ici Bistrô, em Higienópolis, argumenta que o preço de 3,50 reais por 330 mililitros se deve ao alto custo de seu filtro italiano, que fica exposto no meio do salão. “A manutenção não sai por menos de 900 reais por mês, sem falar na conta de água”, justifica. Adepto do uso de ingredientes orgânicos e de várias práticas sustentáveis, como sensores de energia, móveis de madeira reciclada e separação de resíduos para reciclagem, o Le Manjue Bistrô, na Vila Nova Conceição, colocou a água filtrada como parte do couvert. “A proposta do restaurante tem tudo a ver com o projeto”, afirma o sócio Bruno Amaro Fattori. “Mas não vamos cobrar se alguém só pedir água e dispensar os demais itens oferecidos no couvert.”

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Produção

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A fabricação de uma única garrafa plástica resulta em uma quantidade de resíduos correspondente a oito vezes o seu peso, da extração do petróleo à produção do plástico. Isso inclui gases poluentes, dejetos sólidos e até mesmo água

Descarte

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Das garrafas plásticas produzidas anualmente no país, apenas 55% são recicladas, segundo dados de 2009 da Associação Brasileira da Indústria do PET. O restante é encaminhado para aterros sanitários e demora cerca de 400 anos para se decompor

 

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